quinta-feira, 31 de julho de 2008


Viver plenamente

“Eu disse a uma amiga: — A vida sempre superexigiu de mim.
Ela disse: — Mas lembre-se de que você também superexige da vida.
Sim.”
" A impressão é que estou por nascer e não consigo.Você que me lê que me ajude a nascer."
Lispector
Eu por mim....
Bem humorada,forte,equilibrada...
poéticamente destinada
palhaça medrosa e obstinada
paradoxalmente melindrosa
arquiteta do sofrimento
da doçuras da dor
densa e humanamente alienada
tão consciente que insanamente desalivia
desanuvia,colorindo em exatos
preto e branco a
instabilidade inteligível
emocionalmente entrege
uma abertura cheia de cadeados
ventanias e sopros de felicidade
tristeza que condiz cidade
versos alimentando o dia
menina meio Flor,meio Maria
perdidamente apaixonada
as vezes pelo nada,pela inexistência
ilicitamente atordoada
pelos vícios mais sãos...
pelos amores mais vãos...
mulher que esquece que tem garra
mulher palhaça,que perdeu o nariz vermelho
no último carnaval desiludido
nas ruas de um recife já tão envelhecido..
menina mulher Flor
poesia espelho de umbigo
nasce pra fora,aparece pra luz
chama acesa do mais intrinseco gemido
:amor!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Flô






Morro todas as vezes que meu choro consegue chegar
molhei os trovões,molhei os vulcões,molhei teus canhões
Moro onde meu choro deságua
toda madrugada leva um pouco da minha água
há dias prefiro acordar dentro do sonho
que viver numa realidade inerte
minha inércia está no sono
meu sono dá-me todos os presentes
lugares,pessoas,gestos,palavras
morro a cada chance de poder voltar
morro os batalhões,morro as multidões,morro as escuridões
Morei por muito tempo debaixo de Sol
pouco lembrei-me da luz
agora,que não sei mais caminho das águas
enalteço as virgens horas do meu descompasso
minha inércia está no sono
há dias meu mundo não acorda mais pra fora.

Flô

quarta-feira, 30 de julho de 2008






Sim,estou em eterno escuro
por isso a luz me atrai...
por isso tenho casos com o fogo
cuspo meus olhos nas paisagens superficiais
quero gritos!quero gemidos!quero "ais"
Sim,estou em eterno abrigo
por isso o calor me atrai...
por isso tenho namoros escondidos
cuspo meus seios nas aragens especiais
quero saber da dor,das queimaduras
quantos fogos preciso para mostrar a luz?
vontade de sair voando
mas ainda está tão escuro....
a luz dos espelhos é traiçoeira
mente diante de nossa dimensão
3d expectativas!
o meu escuro, o de dentro
é mais sincero.
voarei no escuro...
cuspirei um fogo qualquer...

Flô





Um sonho onde o silêncio é ouro

"O cão do inverno morde o meu sorriso. Foi na ponte. Eu estava nua e usava um chapéu com flores e arrastava meu cadáver também nu e com um chapéu de folhas secas.
Eu juntei muito amores – disse – mas o mais belo foi meu amor pelos espelhos."

Alejandra Pizarnik



Sobre coração gigante-


Daqui de dentro desse mundo em que vivo,alimento-me de pouca luz
o que me sobra em sombras, escrevo
demarcando territórios ilícitos
decodificando corações vazios
daqui de dentro das raras iluminações,escuto todas as vozes da manhã
mas logo adormeço,perco as tintas dos pássaros
perco a música das folhas enroscando-se na terra
perco a dimensão dos ventos amarrando as horas
perco os paraísos dos outros,por naufragar dentro de mim
perco-me nesta casa grandiosamente inútil.
Sinto o pulsar de um coração gigante,distante
que de alguma forma quer manter contato comigo...
esforço-me para enxergar
em que parte das sombras consigo ver os teus olhos?
em que escuridão deixei guardado meu feixe de luz?
o único,guardo-o há tanto tempo,perdi as contas
dos desenhos que emoldurei na parede
pintando as sombras de todos os gemidos insanos
minhas mãos percorrendo as paredes de tuas ventanias
mas logo adormeço,perco o desenho do teu olhar.
Ele sequer brilhou,sequer procurou o coração gigante comigo...
parei encarando minha loucura,eu e minha casa,estamos sós
ela me olha,lustrando meus sentidos
passo dias inteiros dentro dos supostos umbigos
não posso sair,se sair terei que amar!
terei que ser mar!(e não era essa a intenção do coração gigante?)
meu espelho olhou para meus olhos e disse:
não,o coração só queria enxergar..somente.


Flô






TRaduz minhas lágrimas
consegues?
segues...
Traz tuas dores pra dentro
entro...
água minha!
água minha!
Rios,Risos,rasos raios
estou vegetando
vegatativa sensação da morte
uma morte gradual
todas as letras vazias
nenhuma letra com minha cheia
minha chuva é sempre pra dentro
deságuo noutra atmosfera
Fera..e não vejo-o...
transformando-se
quando consigo chegar lá dentro do outro
a Fera me aparece!transtornada!
Rios,Risos,rasos raios
estou vegetando
esperando os versos que nunca tive
quando os tive em minhas mãos
o coração de nada Sentiu
meu passado me presenteou
com toda poesia que sempre pediu
Porém,neste dia a Fera era eu.
era eu.




Flô




Vês,aqui em minha sombra
as marcas do que vivemos
nosso tempo
permaneceu escuro
quis acender tuas luzes
em pouco tempo apagaste
sim,apagaste o tempo
em tantos versos
matasse alma.
Sim,vês aqui sepultado
meu último poema
tu não sabes acender luz conjunta
não sabe.
eu?


Flô



Corpo no copo
arpa na pá
capa no corpo
para pairar
raspa na pele
passa e impele
o corvo a voar.
côo no vôo
o desdém de amar.

Flô





Silêncio, meu sexo não tem sede
de sol sem amarelo
claridade sem flor
sortes avulsas de teu hemisfério
meu silêncio quer deitar
sobre tuas pontes
subterrâneas alusões
a um Deus mais próximo
falo ao outro-uma verdade-Nossa
meu nexo sempre tem sede de sal
sempre.
silêncio, não faço nexo
ainda faço sexo.
(amor?aqui nessas páginas sim.)


Flô

Até o dia de cansar de dizer-me: "eu te amo"
até o dia do adeus ficar tão próximo
que os dias pairem sobre os olhos
até o dia que as flores
nem as de esquina
aceitem mais presentearem os amantes
até o dia que as uvas deitarem sobre um jardim ferido
até o dia que tuas cascas envolvam meus pés
doutrinando minhas raízes
(hospital das origens)
até o dia que seja apenas instante
-agora seja teu diamante-
até esse dia
minha dor é porta estandarte
bebo dessa tristeza
embriago-me.
Flô




Nas minhas unhas vermelhas
sangue sereno
sangue sereno
paixão distinta
que deixei aqui,apenas,nas maõs
Pipas coloridas perpetuam seus espaços..e passo.
imperceptível vento da tarde
Brisa arisca desenhando os desejos
nas minhas unhas vermelhas o beijo
sangue sereno
candidatos esquecidos no êxtase
poros encarnados pelo nada
paixão distinta pó e tinta
meus pedaços/e rasgo
inimaginável vento da tarde
brisa arisca apagando as ilusões
todas num só dia.
o tempo é escravo de minhas unhas vermelhas.

Flô

Traços no pé






Deixaste teus sapatos
sobre meus assombros
pertubando as hesitações
transmutando as excitações
vieste e não vens
como menino cansado
trancado e atado
(a um peito intranquilo e calado)
Deixaste teus caminhos
sobre meus ombros
coagindo os desejos
sabotando os encejos
não vieste e vens
como menino chamado
fincado e fitado
(a um olhar inquieto e suado)
deixaste,sapatos ,caminhos;;
e queria apenas o pó
o pó do instante amor(sempre naufragado)
traço rasgado
forjado e entediado
amar este chão.

Flô

terça-feira, 29 de julho de 2008




E como me despedir deste corpo se minha alma presente ainda padece de calma
meus vôos ainda me beijam as côxas
meus homens ainda não perceberam meu som
e como pousar leve
numa madrugada
se todos os sonos são profundos
se habito outro extremo...
e como me despedir durante horas deste corpo imperfeito
para viajar nas iluminações do verdadeiro sonho?
nesta madrugada onde todos os sonos são vãos
me pergunto onde posso estar durante o dia?
em que alimento permaneço após a ilusão da noite?
habito sempre outro pensamento
habito sempre extremos que nem existem
habito,porque sei que não existo
assim,como todos sabem
assim como todos conscientemente sonham
assim...
numa existência preta e branca.
assisto meus devaneios
é preciso voltar a tempo para qualquer corpo...
pobres capas de frio..necessitam de terra.

Flô




Vou despindo-me de todas as possíveis intrigas
meu corpo balsa suja
navegou dentre milênios por almas de marujos sedentos
por barcas de marujos serenos
meus olhos pintados de preto só querem paz
minha boca despede-se hoje de um vermelho inexistente
meu corpo está livre
nunca amei pirata decente
e piratas não existem mesmo
vou despindo-me de todas as impossíveis renúncias
meu corpo sala suja
recebeu por séculos convidados tolos
montados em cavalos cinzas
meus olhos borrados
e minha boca opaca
desejam:a nudez de todas as almas!!
tirem esta roupa
tirem este corpo
tirem esta fantasia!
quero beijar um homem inteiro!

Flô




Não posso mais enxergar esses olhos
espelho cruel e indescente
idéia fixa incandescente
não posso mais olhar nesse espelho
vestido branco apertado
dança tão breve
beijo não despertado
um olhar apenas
e temo-o tanto
por vezes pesquei luz antiga
em tantos olhares que na rua me sorriam
esses olhares morreram
preciso pagar caro
por ter consentido com minha cegueira
e como dói
dói ter que existir
negando o espelho do outro
fugindo de mim nos outros
fugindo dos outros em mim
não posso mais enxergar esses olhos
esses olhos nunca foram meus.

Flô




Todas as minhas roupas sujas
meus caminhos suspensos
pedras repartidas entre indigentes
Nua e com esfoliações por toda alma
sigo,como quem cansou de estar vestida somente
sigo,como quem perdeu o senso de criticar as pixações mais óbvias
todas as minhas roupas sujas
devo meus poros a tanta gente
devo...devo trocados de absurdos há os que não me querem mais
todos os meus caminhos suspensos
e uma tristeza grandiosa me apaga
e uma tristeza luminosa me ascende
sigo,como quem precisa de calor e abrigo
talvez um bom abraço.
sigo,como quem perdeu a direção mais fácil
para aprender com as sombras
que o trajeto longo é indicado
tentativas vencidas
amigos mutilados
amores passados
para aprender como as sombras
apago.
silêncio é meu remédio.
Dor é preço de tédio.

AdÉLIA cOELHO 2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008





... não te veja, ou veja...
:a saudade: submersa e naufragante....
sentas-te ao meu lado na cadeira.
Ninguém te vê: só eu......
Não te posso ver mais.
Não, não e não!...
E agora, o quê?
Pergunto-me, interrogo-me,
faço das linhas coração...
é que fico... catatónica,meio estúpida, letárgica, lacónica,
se torno em verso, e minha, a tua voz.

Ana Luísa Amaral




"Flor minha Flor,Flor vem cá,
Flor minha Flor..laia laia laia...
O anel que tu me deste ,Flor vem cá...
foi de vidro e se quebrou,
Flor vem cá...
o amor que tu me tinhas,
Flor vem cá,
era pouco e se acabou
laia laia laia...."






"Eu ia passando Flor de maravilha,
lá no bebedor
Flor de maravilha
meu chapéu caiu
Flor de maravilha
Meu amô panhô!
Flor de maravilha...."

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Peixe grande 2- A Maçã-




Conto sobre peixe grandes 2



Enquanto tu jogas todos os joguinhos possíveis
para fugir dessa realidade
eu choro,choro por enxergá-la cada vez mais...
e se isso é beber da tristeza dos outros..
aplausos!eu bebo mesmo!
cada melancolia tem um sabor tão especial
como vinhos degustados num fétido pombal...
Tua frieza despercebida
percebe minhas conjecturas fervendo
fervilhando as expectativas de um olhar mais que torto
um olhar enviesado,para dentro de mim
Diz-me por que tu quer ficar comigo?
Só pra te rimar é?
Enferrujada percepçãoo que tu quer mesmo é pomar...
maçãs frescas toda semana,tortas e "croassants"de sua fruta predileta
Odeio maçãs!Meu pomar está azedo
azedo de insignificâncias
quero saber é do caldo da maçã do amor
dos granulados coloridos que dispersam minhas palavras
confetes comestíveis nas mordidas mais profundas do êxtase
nas inconsequências mais cruéis dos beijos
Cata-ventos encontram por vezes maçãs do amor
em parques dentre encruzilhadas de sertões.
Lá a banda toca!sim..
Um bem te vi me falou...
Na cidade do parque da maçã do amor
com o cata- vento existem várias ruas coloridas
cada rua é repleta de um tipo de flor...
Na rua das violetas um caminho todo lilás
leva a um rio de água azul azul...
Na rua dos girassóis o amarelo abraça todos os calores das ternuras mais findas,
logo o sol se vai...
Na rua das maragaridas,um aroma de paz entontece,
e logo dormimos; crianças...
Certa vez perdi-me na rua das orquídeas...
quando perdia-me entre as flores entrava em catarse
não conseguia voltar a superficialidade das geleiras humanas
Tem gente que bebe da sensibilidade alheia descaradamente mesmo!
Foi quando passou rapidamente o vendedor de maçãs do amor
vi um rastro vermelho gostoso,cheiro de doce correndo no vento
e algumas gotas coloridas caíram nas orquídeas
encontrei-me,estava amando.
Corria,corria precisava encontrá-lo e comprar a maior e mais suculenta maça do amor
antes que todo aquele feitiço adormecesse novamente
estava na hora sim...os cata ventos tocavam uma música familiar
as crianças brincavam de amarelinha
e a ciranda era tão encantada e passageira
os grilos manifestavam suas glórias
e as mariposas ansiavam o baile das borboletas
sentei-me numa árvore grossa que tinha cheiro de folhas de hortelã
ardiam meus olhos..toas as balinhas de menta,secas ali no chão
esperei meu carteiro de maçãs
ele está demorando tanto...
muita gente comprando..
o parque é grande
tomara que sobre uma pra mim...
quero um dia recordar-me do verdadeiro gosto do amor
o doce da calda confeitada da maçã do amor.
E assim encerro história nunca encerrada
penso ter principiado e nem começou
tampouco findará no gosto do suposto veneno
que as bruxas andam espalhando por aí.
A maçã que procuro é tão doce,que até seu veneno faz cócegas!
Rosa de Chuva foi-se deitar....

"carpinteiro,não me corte os meus cabelos...."

Flô

As sombras são maiores que nós




Confissão-


Quero amor de muito
quanto do outro me é suficiente?
não me satisfaço com o "pouco" amor do outro
que para o mesmo pode ser "muito".
Tão peculiar é a medida de cada um!
Abro meus espaços e já quero guardar no armário
as cartas de amor conquistado
Ser conquistada pelo silêncio
O que o silêncio do outro pode dizer?
A falta de sentimento fala?
Quando o amor chega e faz doer
é complicado
Esperamos do outro que ele aja como nós
Que ele nos dê o nosso suficiente
mas cada um tem uma medida
passamos a vida toda tentando encaixar
a nossa medida de sentir com a medida do outro
amor
é aí o erro
não existe encaixe de quantidades perfeitas
as pessoas são o que são
e não o que queremos que sejam.

Flô

Furação






Significado-



Desgovernado
Segue
Co(Oração)
Desesperada
Entregue
Coordenação
embaralhado
Segue
meu coração
Não tem Remédio
Pegue
Dou-te na mão
Sem mais mistério
Acuse
com emoção
Obstruído
persegue
o seu clarão
Desatinado,
cego e tonto
é meu coração.....

Flô

Peixe grande














Conto sobre peixes grandes-


Chuva de início de quinta
todos abrem seus jornáis apagando as luzes!
Racionando e racionalizando
os ovos se estalam no vizinho ao lado
cheirinho de manhã tem ovos fritos
pão assado e café quente!
Cheirinho de chuva geladinha
tem as manhãs de julho aqui
enrolo-me em todos os cobertores possíveis
o frio vai calando e inibindo o prazer
e é tão maior a desculpa quanto o possível medo
de qualquer coisa
tranco-me na cama sonhando as origens da organização
tantos pesadelos todos juntos!
confundindo minhas fugas com as procuras...
Reduzindo a insônia a falta de novos barcos
que transitem em outras navegações.
Meu cachorro leva chuva
enquanto estou aqui atacando vorazmente
meu vazio estúpido!
Todo dia torno-me mais cretina
O sonho está beirando falência
por falta de cores
e meus órgãos fingem padecer de chuva.
Niguém nunca morreu de chuva.
E preciso nascer.O papel,o palcoa voz,o corpo,
a ideía,a cena,o grupoas fichas,as prosas e todas as rimas
pelo quê espero?
Por pouco quase percebo o início de qualquer início
e principio sempre numa organzação nula e egoísta
covarde e omissa
displiciente e indisciplinada
Minha dose de sarcasmo e verdade
tem que servir antes de tudo pra mim
e não de veneno unilateral para os que amo
entorpecendo as posibilidades de trapézios coagidos
malabares suspensos no vento.
Para onde levaram quem tinha medo de palhaços?
para onde?
Quem roubou meu nariz vermelhono último carnaval?
Quando chove assim nunca sabemos ao certo que horas amanhece
fica sempre noite:sonho dos poetas!
Poder falar tão bem do dia,só por nunca tê-lo visto
nem sequer tocado...
Os peixes grandes vivem pra dentro
tão profundos que ficam imersos na noite universal
e são tão deles no momento que a madrugada é de todos
e somos tão nossos quando o escuro é partilhado
A noite é mãe dos bêbados de alma
o álcool da noite é deserto
é música própria...
e aqui é tão perto.
é dom e Magia
Adentrar doce mistério Poesia!

Flô

quarta-feira, 16 de julho de 2008





O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente
quereria apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos me ensinaram a amar melhor,
com mais paciência e não menos ardor, a
a entender-te se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem —
retornam,cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

LISPECTORES...

l



“Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O ‘amar os outros’ é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca [...].”


“Através de meus graves erros — que um dia eu talvez os possa mencionar sem me vangloriar deles — é que cheguei a poder amar. Até esta glorificação: eu amo o Nada. A consciência de minha permanente queda me leva ao amor do Nada. E desta queda é que começo a fazer minha vida. Com pedras ruins levanto o horror, e com horror eu amo. Não sei o que fazer de mim, já nascida, senão isto: Tu, Deus, que eu amo como quem cai no nada.”



“Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise. Estou por assim dizer vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior do que eu mesma, e não me alcanço. Além do quê: que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano — já me aconteceu antes. Pois sei que — em termos de nossa diária e permanente acomodação resignada à irrealidade — essa clareza de realidade é um risco. Apagai, pois, minha flama, Deus, porque ela não me serve para viver os dias. Ajudai-me a de novo consistir dos modos possíveis. Eu consisto, eu consisto, amém.”.




Escritora, sim; intelectual, não


“Outra coisa que não parece ser entendida pelos outros é quando me chamam de intelectual e eu digo que não sou. De novo, não se trata de modéstia e sim de uma realidade que nem de longe me fere. Ser intelectual é usar sobretudo a inteligência, o que eu não faço: uso é a intuição, o instinto. Ser intelectual é também ter cultura, e eu sou tão má leitora que agora já sem pudor, digo que não tenho mesmo cultura. Nem sequer li as obras importantes da humanidade. [...] Literata também não sou porque não tornei o fato de escrever livros ‘uma profissão’, nem uma ‘carreira’. Escrevi-os só quando espontaneamente me vieram, e só quando eu realmente quis. Sou uma amadora? O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal"

terça-feira, 15 de julho de 2008


Quando me dei conta meu carro era o mar
já bem tarde,lá pelas tantas da madrugada
estanquei o motor
colapso,o mar parou de dançar
as espumas dos intantes evaporaram de vez
os tocos de luz me entreolharam estranho
o meu caminhão era azul,tinha uma carroça que levava meus sonhos mais pesados
o meu caminhão era velho,e rastreava todas as possibilidades de Ser
o meu caminhão também levava meus tocos de Sol
mas tão entretido em clarear o caminho
esqueceu de ascender as luas
As luas de dentro são mais caras
quando me dei conta meu mar estagnou...
e era cedo,lá pelas tantas da manhã
reparei o horror
a casa já havia caído
e em cima da minha carroça havia um homem
um homem desconhecido.
Flô








Admito os teus olhos rabiscados ditando
os traços absurdos do ceticismo
caladas restrições de abrigos feridos
teu sorriso menino bandido
pertubando minhas frestas agitadas
em qualquer madrugada bêbada de ilusões
encontro teu cheiro e tuas letras comedidas
controlando o perigo,contornando as fachadas
Admito os teus olhos desenhando as brincadeiras mais puras
imagens que se projetam no abraço terno da imaturidade
desequilíbrios nas ruas imaginárias do nosso romance
Quedas livres de gargalhadas quentes
latente vontade de beber todos os vinhos com você
todos os gostos descobertos em noites libertas
todas as chances encobertas nas páginas dos outros livros
Admito teu olhar rabiscado desordenando minha veia
abstraindo meus verbos frágeis
traduzindo,mesmo sem me olhar
Envolvendo sem perceber
AMANDO-ME SEM QUERER....
quase sem querer...
Rabiscos..
apenas....
nossos rabiscos....


Flô




A buscar-me no outro o tempo todo


Bato na porta do teu olhar tantas vezes
por que o medo de perder?
Se nego-me a achar ,a perceber...
Será?
A chuva nunca fez-me bem mesmo
nunca pude tocá-la sem amarras
Virei um toco de Sol
que só ilumina aos outros
pouco lembra-se de nascer em si mesmo
quer nascer o tempo inteiro no corpo e na alma do outro
quer nascer o tempo inteiro e morre todo dia
a cada nova lua
percebe sua infinda agonia
nenhum outro jamais
póderá para ela
transformar noite em dia
sentimento impossível
como uma masturbação lenta e demorada
a espera árdua do prazer
para preencher as entradas do vazio
mORRENDO,morrendo do veneno do outro
Despindo-se e humilhando-se ao seu próprio medo
ante o escuro alheio
minha escuridão conheço bem
e nigupmé mas tem o direito de tocá-la
acender qualquer fogueira
porém sei que devo reparar bem no Brilho dos instantes
Rir e chorar...
Sou eu...
vermelho/amarelo/alaranjada!
a buscar-me o tempo todo!

Flô

segunda-feira, 14 de julho de 2008


Conto sobre Escuridão
Quando apaguei a luz da cozinha todos os fantasmas daquela casa antiga visitaram-me de uma só vez,em poucos instantes o peso de todo o concreto de lembranças escuras hipnotizou-me de vertigens.
Ainda pude observar alguns poucos feixes de luz..Eles me engoliam...
Mas era a escuridão profunda que me apavorava!
Estava só.Estaria sempre só.Mas pouco sabia disso.
O Medo do ladrão era tão antigo quanto a velha casa com arquitetura bizarra de Bauhaus.
Depois de perceber que os amores podem ter finais tranquilos...(podem?)
Resolvi optar pela trajetória tranquila,atravessaria então aquele escuro...
Aos poucos tenho me libertado sim de todos os outros bichos ultrajantes travestidos de fogueiras.
Entrego-me a luz na esperança de me ter por instantes sóbria de mim mesmo.
Se consigo:?
Mais um dia amanheceu(misto da escuridão alheia e minha iluminação escondida)
e ainda tenho tanto medo,MEDO das possessões mal resolvidas(talvez nunca esmorecidas)
medo das imperfeições estagnadas,das promessas de uma segunda feira que nunca começa.
Começo mesmo aachar que depois de descobrir desenhos de sombras na parede
só eu tenho esse medo todo...
Mas meu Medo não é paupável,ele vai além do corredor sombrio e das possíveis almas solitárias que ainda vaguem nesta pobre casa quase que abandonada.
E É POR ter consciência do tamamnho do meu MEDO que choro.
Choro para calar grito antigo.E contagio as ruas,propago minhas perdas aos quatro ventos,levantando a bandeira da burrice instalada...
Em toda face da terra sou a única a buscar-me no outro o tempo todo.
Dorme escuridão quieta aqui dentro de minha luz..Dorme...Dorme o dia todo.
Flô

terça-feira, 8 de julho de 2008






Sobre uma mãe Maria


Maria,tinha uma necessidade de atenção sobre humana
qualquer pessoa que se aproximasse de sua Filha Sofia,era uma grande ameaça
todos na sua concepção a enxergavam como uma pessoa má,há uma rejeição congênita em seu peito...Mesmo não fazendo o mal conscientemente Maria exerce um poder negativo de carga pesadíssima em Sofia.
Uma mãe que chama a filha através de todas as suas mais íntimas personagens,querendo luz e diálogo ela precisa ser o foco,seja qual for a situação.É impulsiva,injusta,imediatista,explosiva,etc.
Como podem ser tão diferentes?E como ela ditando todo esse amor por Sofia pede a mesma que tenha o mesmo destino que ela?Não entendo.Os amores,todos eles os eternos e fulgazes que habitam o coração de Sofia doem em Maria como uma constante ameaça.Como se ela colocasse sempre em chequa seu amor materno.
Deve ser exatamente por isso que Sofia demora tanto a acreditar que alguém pode amá-la de verdade,esta desconfiança é alimentada na progressiva insegurança,no dessassosego emocional.
Maria escolheu então o Vazio?Ou o vazio a escolheu?
Como pode Sofia ter tanta revolta e raiva de alguém que tanto ama,e que tanto tem medo de perder?Natureza mórbida.
Em Maria,o oco gera a expectativa do público-o sufocamento do TUDO-
o amor exagerado roubou-a a própria liberdade,as asas se desfaleceram pois permaneceram apenas no sonho...
e hoje suas poesias estão engavetedas,assim como sua vontade de viver,guardadas em caixas de madeira antiga.
Sofia enxerga e nem sabe até que ponto é mesmo saudável compreender tudo que se passa com a mãe,pois possui uma dor inerente e sempre na iminência de rulminar...Existe um segundo plano que não chega,com todo consentimento da mesma culpa.essa palavra tão peculiar de mARIA: CULPA-por vezes Sofia tem a impressão que está sendo tão displicente consigo mesma quanto a própria mãe.Será?E será que não é bastante cômodo para a mesma justificar suas falhas
e covardias em cima de uma situação que não deveria definir todo o resto de seu destino?Ordenando seus passos....
Quanto mais lenta Maria torna-se mais sua filha esconde-se em sua farsa ritmada,sua frustração pelos amores fracasados,deixado sempre pra tras,pelos sonhos renegados pelo medo,pelos afetos rejeitados em detrimento de uma solidão antiga,acomodada.
A vida de MARIA sofrida ou não,ela a fez.E se não mais o faz,
lamentamos tanto,mas não pode Sofia seguir seu exemplo de estagnação congênita.
Jamais.
jamais.


Adélia Flô






Minhas pupilas não dilatam
e procuro os restícios
de minha saudade
em teu peito estático
teus galopes desaceleram
a cada prova de beijo
não sabemos mais amar
desaprendemos
a soltar rojão
que nos permitiam
existir plenamente por instantes
Busco em teus rios castanhos uma ponte
não há luz em minha direção
será que o que temos é pouco?
onde estão os teus poemas de amor?
não meu amor,não estamos apaixonados
porque o amor pede sofrimento
e não o temos.não?
o amor pede olhar sem véus
temos todos eles.temos?
o amor pede uma simplicidade
que não enxergamos quando estamos juntos.cegos?
o que fazemos juntos então?
não meu querido, não vejo sentido nisso
construção do acaso apenas?
curativos para nossos amores antigos?
e isso dá mesmo certo?
tenho minhas dúvidas.
havemos de nos distanciar
porque no silêncio
saberemos todas as respostas
mas não podemos simular nossos sentidos
estimulando uma paixão
que talvez não queiramos saber o significado
paixão arde cedo,uns dizem=fulgacidade
mas breve sabemos que tais sintomas biológicos
despertam-se porque projetamos na imagem e ação do outro
os nosso pedaços iluminados
que pensamos ter perdido nos relacionamentos anteriores
não perdemos nada nunca
mas se perde tempo quando se trata de um ensaio.
E no ensaio não se há de fazer de verdade?
a verdae vem apenas na estréia?
e quem marca a data deste espetáculo?
podemos apresentá-lo no dia que quizermos?
na hora que nosso coração se der conta
que pode acelerar-se aos poucos
para não mais morrer de amor?
e que graça terá amar
se não for para morrer de amor:?
diga aos seus passos em falso
que quero pôr do sol
quero nuances mágicos
quero sair de meus poemas e vivenciá-los
fazendo o possível para conservar
na essência da realidade
esse meu romantismo.
Ele é meu,não abro mão.

Flô




Ele não me diz
do jeito que eu diria
ele não me olha
de dentro de minha poesia(nos olhos)
ele apenas me quer
mesmo assim
imensa e vazia
quer que eu deságue meus sorrisos
em seus dias(mas não sou só rio)
ele não diz "Paixão"
Não denomina harmonia
sensação que segue impedindo alegria
Ele não declara sua guerra
não finge covardia,
ele me diz
eu te amo
e por que não quero acreditar?
ele me quer por perto
e porque não ousar?
Não há loucura sem teimosia
Nem Construção(de sentimento) com Hipocrisia.

Flô

Sábado escuro
cuja Fortaleza se foi
por qual sorriso gargalhar agora?
falta de Sol e Grão é Solidão
Na minha boca faltam os outros motivos
é o ócio que me faz chorar
tudo que digo para os outros é fuga
minha própria ingratidão
impossível acreditar no amor alheio
porque dentro de minha própria casa
colocam sempre em cheque meu amor
sigo,temendo solidificar tais referenciais
infelizmente já tão entranhados em minhas ações
Chove todos os meus medos
essa noite me convidou
a banhar-me de solidão
ainda não lavei as esperanças
não creio nas declarações de amor
faço tudo para desistirem de mim
não quero mais ensaiar
mas não me permito estrear
cobro atitudes,as mesmas que no fundo
eu não consigo mais ter...
preciso ir tomar banho.


Flô



É do mar que me lembro mais
eSSE MAR MESMO DE boa viagem
ESSE NOSSO mar cotidiano
essa nossa praia farofa
esse nosso sol agoniado
essa gritaria alucinada
essa propaganda ambulante
o mar fica ali,esverdeando o solo
disfarçando em areia
seu maior convite:
Respire!
Aspire
Pire!
Ire!
Não posso visitar o mar
se eu for eu fico.


Flô




Essa reza que não chega,essa reza que não dá certo
o brilho não ascende,os anjos estão cabisbaixos
as mãos negras não me buscam
este deus que não mais dita,
este deus que se espalha,
este deus sem "d" maiúsculo
este deus que imóvel me "atrapalha"
D(eus) MINHA ORAÇÃO É DIÁRIO,aberto sim,bem aberto,,
minha vergonha é diária,fechada assim,fechada
esta reza que não nega,esta reza que não preenche
esta chaga inofensiva,esta chaga tão acesa
todos os senhores do quilombo aqui presentes
assistindo meu massacre,chicoteada de pudores
todos eles numa corrente imune de orações.
OrANDO peco,pecando Sigo....


Flô



Não,o que vou redigir aqui de nada tem a ver com esse filme..que nem sequer vi!
porém sinto-me mais prestes a afundar num navio-banheira do que esta bela dama loira
pensando seriamente em pintar meus lindos cabelos de loiro..o que daria?
rosas vermelhas não me enfeitam mais,
estou coberta é de náuseas,nunca estive tão próxima do próximo
e em sua angústia prostrada ,estudando e observando seus trejeitos e sua estrada
Não não deveria mesmo abrir mão desta estadia,mas aqui confesso:CHEGA!
NÃO posso mais permitir invasões sem avisos
permitir marujos encantados fumando em meus abrigos
não devo mais adentrar em qualquer enbarcação
minha banheira é fixa,ela nunca viajou...
os banhos que tomei,encharcaram-me foi de dor...
o mar que sonhava conhecer fica sempre aqui nesta página
e o branco da imaginação smepre me corta os pulsos
quando penso que enfim posso dar as mãos a outrem.
Quero entrar nesta banheira e visitar meu querido mar.
saudades do cheiro do mar....
cheiro...
do mar...
amar...
rosa vermelha faça-me voltar!

Flô



Não sei o que me tira de teu futuro,
só sei que hoje não estou bem..
por tantos colos despedaçados
por tantos fins precipitados
por tantos rios rejeitados
não sei o que me tira sempre de qualquer futuro...
projeto minha falta na vontade do outro
analiso minha ânsia no silêncio do outro
paraliso entre pisadas em falso
não sei o que me tira deste momento
se não a vontade de morrer o riso
a vontade insana de perder a voz
por vezes o que me tira do passado
é a falta de reserva é a inutilidade
por vezes o que me tira do ontem
é ser demasiado,mostrando o que mais
profundamente sinto...
e me desculpem,não sinto nada.
meu vazio é tão cheio que aqui explodo
implodindo meu ridículo...

Flô

Dor.





Entrem aqui nesse Blog altamente confessional....
eu permito que vasculhem meus recortes
estou amplamente esgotada
exausta do tédio que por vezes foi meu amigo
estranhando o vento que tanto fez amor comigo
atirando ás pedras inexistentes do ódio
nas cores dos queridos mais abrigos
entrem..aqui é minha casa,casinha enfeitada..casinha fantasiosa
por onde passo minhas magrugadas imcompreendidas
as ausências ardidas
as peles secas da distorção...
todos os meus sabores nos pilares da aflição
aqui retrato os vícios da morte
esssa coisa de querer ser alegre...nunca vai levar-me além..
o que todos vêm é piada..o que sou é isso que aqui dilacero:
velhice e tolice...
esgotamento e saudade...
Ainda dou-me nas conversas majestosas com a árvore "adulta"
dissipo o resto de energia que ainda me sobra
e me falta,me falta tanto que chego a pensar que nunca fui mar mesmo...
as conchas repartidas em meu ventre me confessam do tempo bom...
e que tempo bom fica apenas ali recolhido dentro da velha concha
para quando a gente quizer escutar de novo...colocá-la sobre o peito
e dançar com o mar de mãos dadas com as serpentes ....
lá no mar eu vi uma maravilha...
mas isso faz tanto tempo.


Flô

sábado, 5 de julho de 2008




Menininha
Vinicius de Moraes
Composição: Vinícius/Toquinho



Menininha do meu coração
Eu só quero você
A três palmos do chão
Meninha não cresça mais não
Fique pequenininha na minha canção
Senhorinha levada
Batendo palminha
Fugindo assustada
Do bicho-papão
Menininha, que graça é você
Uma coisinha assim
Começando a viver
Fique assim, meu amor
Sem crescer
Porque o mundo é ruim,é ruim
Vai sofrer de repente
Na desilusão
Porque a vida é somente
Teu bicho papão
Fique assim, fique assim
E se lembre de mim
Pelas coisas que eu dei
Também não se esqueça de mim
Quando você souber enfim
De tudo o que eu amei




O Velho E A Flor
Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho / Bacalov



Por céus e mares eu andei
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber o que é o amor
Ninguém sabia me dizer
E eu já queria até morrer
Quando um velhinho com uma flor assim falou:

O amor é o carinho
É o espinho que não se vê em cada flor
É a vida quando
Chega sangrando
Aberta em pétalas de amor



hoje só
Vinicius de MoraesComposição: Vinicius de Moraes / Baden Powell



É hoje quem sabe lá
Nem depois
E além do mais nunca fez mal
A ninguém
Nós não somos mesmo pó?
Quem é pó não entra bem?
E depois quem sabe mais
Que a paixão?
Fique certa de que o amanhã
Não tem coração



Medo de amarVinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes


Vire essa folha do livro e se esqueça de mim
Finja que o amor acabou e se esqueça de mim
Você não compreendeu que o ciúme é um mal de raiz
E que ter medo de amar não faz ninguém feliz

Agora vá sua vida como você quer
Porém, não se surpreenda se uma outra mulher
Nascer de mim, como do deserto uma flor
E compreender que o ciúme é o perfume do amor








Sinto-me mal....
extremamente mal...
e sei que vc nada tem a ver com isso...
pelo contrário..também sei que não é muito justocertas colocações que faço....
estão baseadas somente em meus sofrimentos...
em minhas burras constataçõeso mar é bravo demais
o mar nem é uma raiz apenas
o mar é vertigem diária...
é uma covardia instalada dentro
é uma idolatria pelo ócio
meu socorro é uma utopia
meus medos são todos
e de todos..mas eu os exponho
eu os dilato....meu teatro smepre foi bem verídico...
nada em mim é fingimento
e peco por ser muito clara
e peco por ser muito alva
o sol não me deixa opção
preciso adormecer..
adormecer enquanto é cedo.


Flô

Quem sou eu

Minha foto
Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô