segunda-feira, 14 de julho de 2008


Conto sobre Escuridão
Quando apaguei a luz da cozinha todos os fantasmas daquela casa antiga visitaram-me de uma só vez,em poucos instantes o peso de todo o concreto de lembranças escuras hipnotizou-me de vertigens.
Ainda pude observar alguns poucos feixes de luz..Eles me engoliam...
Mas era a escuridão profunda que me apavorava!
Estava só.Estaria sempre só.Mas pouco sabia disso.
O Medo do ladrão era tão antigo quanto a velha casa com arquitetura bizarra de Bauhaus.
Depois de perceber que os amores podem ter finais tranquilos...(podem?)
Resolvi optar pela trajetória tranquila,atravessaria então aquele escuro...
Aos poucos tenho me libertado sim de todos os outros bichos ultrajantes travestidos de fogueiras.
Entrego-me a luz na esperança de me ter por instantes sóbria de mim mesmo.
Se consigo:?
Mais um dia amanheceu(misto da escuridão alheia e minha iluminação escondida)
e ainda tenho tanto medo,MEDO das possessões mal resolvidas(talvez nunca esmorecidas)
medo das imperfeições estagnadas,das promessas de uma segunda feira que nunca começa.
Começo mesmo aachar que depois de descobrir desenhos de sombras na parede
só eu tenho esse medo todo...
Mas meu Medo não é paupável,ele vai além do corredor sombrio e das possíveis almas solitárias que ainda vaguem nesta pobre casa quase que abandonada.
E É POR ter consciência do tamamnho do meu MEDO que choro.
Choro para calar grito antigo.E contagio as ruas,propago minhas perdas aos quatro ventos,levantando a bandeira da burrice instalada...
Em toda face da terra sou a única a buscar-me no outro o tempo todo.
Dorme escuridão quieta aqui dentro de minha luz..Dorme...Dorme o dia todo.
Flô

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô