quinta-feira, 29 de maio de 2008

Plug


Ainda não rendi-me ao sono,saciei uma de minhas fomes...
E penso no beijo,projeto-me na saliva viajante,vôo sobre céus de boca
Sugando o sonho da herança que prometeram-nos em sortes desnaturadas!
Deveria dormir,deveria me entregar a cama,num ato sagrado de redenção
fazer amor com minha cama,morder meus travesseiros,adentrar nas espumas do colchão
Devagar,bem devagarinho vou relembrando o primeiro contato das mariposas
asas que se tocam,temendo o inevitável,asas que se beijam,encostando apenas suas cores
as mais diversas cores,nossas fôrmas untadas e o forno esquentando..esquentando...
o céu azulando azulando...O sol nos avisando....Lua tarada que espia todos os amantes
em devaneios duplos e solitários!
Renuncio o sono aqui,porque quero gozar dessa lua pálida,doce,menina
desenhando as formas que todos ditam ser um santo,ou talvez um Coelho...
Vou desenhar na lua,teus olhos.........Rabiscados,.
Flô*2008

é sempre


Pego carona em qualquer vento,preciso apenas segurar firme!
Estrelas cadentes passam a todo instante,é preciso acreditar!
Meus livros de auto ajuda me disseram para tentar!TENTAR!
eU TEIMO EM iNEVENTAR!INTERVENHO NAS CONVENÇÕES
intervenções!pego carona na restrita e indefinida possibilidade de Fuga
Entre fumos de sonos inexistentes,trago felicidade absurda
esse vento ligeiro batendo nos rosto,na cara mesmo!
Esse vento me bate,e sadicamente apaixono-me por cada pisa de vento que levo!
vOU-ME a viagem é sempre.
Flô*2008

Céu





Pastagens de ouro!pastagens de ouro!Um verde sinal de percepções distantes...
caminhões de sementes de sexo,caixotes de sêmens!
Vermelhos portões de tesão,Frutos delicados e doces como o leite árido desta terra de Infantes
Chamo meu trabalho de "prostituição",nada em mim é tão sagrado que não possa ter preço
Cuido de cada poro,pois minhas pastagens valem ouro!Ouro!
Mendigo minhas Rifas soltas entre os bares saturados de vazios inchados!ocos bêbados!
estômagos bandidos!Os olhos me engolem,mastigam depois que percebem os goles de meus
ardis exasperados...um vermelho sinal de direções errantes...
Errei,meu filho é pequeno e tenho pena de mim...quando música toca,meu corpo percebe outro tipo de clarão,minha alma pode sentir o gosto de consumir um gôzo ser ter que ser paga para isso.Meu nome é Céu,e não posso fugir daqui.

Flô2008

Suely




No céu de qualquer Suely que reinventou seu nome
diarimente germes enbriagados seguem seu rumo adentro
Rifa-se o futuro como se os instantes de prazer coubessem no gôzo
um azul instransponível,um azul que inebria todos os órgãos,
um azul que incita a fome,que pertuba o homem
O caminho é azul,e como os poetas um dia disseram
os passos são arco íris,contudo um beijo é tão caro
um amor é tão raro,essas histórias de filme me deixam mais down que o normal...
meus seios sangram,em minha cidade revejo o cais e o caos de ser Suely...
quem nunca prostituiu um desejo que atire a primeira rosa azul!
Os filhos destes seios esguiamente ensanguentados estão ali esperando o leite
leite empedrado como o caminho,como as curvas e os sapatos que dilaceram a solidão.
a esssa hora tantas Suelys Rifam seus únicosVersos...e nem o sabem Rimar
Ri...Mar...Ri Mar...ah!Como se no calor das decisões inconsequentes pudésemos rir mesmo do mar..um Mar que pouco vimos,um Rir que pouco curtimos...


Adélia 2008

quarta-feira, 28 de maio de 2008

..Desligue o butão...






Entretenimento-ato de entreter,envolver,distrair------
Pouco vejo tv,mas quando vejo tenho a sorte(ou azar)da antena dar problemas..incrível isso!
como uma mulher de tpm que recusa-se a pegar,como se tivesse vontade própria e tem.rsrsrs
Tenho visto meus filminhos novamente,há tempos não locava(sem tempo)...tenho feito listas de váriios que quero ver...Essa mulher-tv quer encontrar a imagem certa,a imagem que se enquadre melhor no tom do dia,o áudio que transforme sua distração em ação,
em meu corpo conectado a rede dessa fusão multicultural ,encontro as marcas dos choques raros
que entretem também minhas cores fantasiosas...
assim vejo tv em mim(te vê é fácil...)Na transparência de minha verdade sigo contagiando os telespectadores do meu canal.
canal :"convencionalismos desligue o butão"


Flô*2008

Niguém vê,mas eu vi.





Fico me perguntando se minhas "viagens"psicodélicas podem dar lugar a minha vontade de pegar esssa estrada real...e ir embora!
Até quando esperarei por uma estabilidade que talvez não chegue?porque não depende de algo externo...esta iminência em transpor o ilusório é resposta a uma estrada bem maior...
A minha travessia está aqui,apta a novas ruas e esquinas com flores de outras espécies...
porém não reconheci ainda o valor desta abstração,desta mágica que há tempos já me pertence.
Fico querendo mudar de lugar como se assim fosse acordar para dentro de maneira mais prática(coisa que pouco aprendi nesta vida até hoje)PRATICIDADE...iaiaiaiaaia
O caminho me leva..ele passa,as pedras me fincam em qualquer chão....as curvas me dão qualquer sentido provisório...(eis aqui o meu destino=na efemeridade).
Então de que vale toda essa discurssão?Continuo viajando literalmente...
No meio do caminho tinha uma Flor,tinha uma flor no meio do caminho,niguém vê..mas eu vi.


Flô*2008

Niver de Mami





Dia de Festa,surpresinhas espalhadas pela casa!amanheci(como de costume)acordada!
preparando um caminho de presentes e mensagens de carinho!!
a pessoa mais importante da minha vida nasceu hoje...
Minha Filhota Mãe faminta de arte,faminta de alimento,sedenta de amor!
Preparo a casa,limpo tudo,mudo móveis de lugar,o astral recomeça..
novos tempos,fluidos se renovando!energia reciclando!é preciso estar apta a receber um novo ano!um noco ciclo!
Na minha obsessão por limpeza,vou desconstruindo minhas limitações interiores,vou desvencilhando talvez uma terapia prática,vivenciada no emprego do lar...
Imagino que não deve ser muito fácil mesmo ser uma dona de casa,e não me IMAGINO...
neste papel somente...Chego a ter palpitação só de pensar em mais pessoas ao meu redor,fazendo mais bagunça!e pisando no chão recém limpo...aiaiaiaiaiaiaiaia
como relaxar?como deixar o ambiente habitável!?boa pergunta!
O sol chegou e me sinto fatigada,não preguei os olhos,como pode ser um homem normal viver com tamanho sono desregulado?Pode...várias pessoas sobrevivem a esse jejum de sono!rsrs
Minha mania por fotos a cada dia cresce,pesquiso vários sites de fotografia,pesco para mexer,sombrear,dar textura,dar outro ângulo,etc.
Minha compulsão por escrever até que deu uma parada,estou mais calma...oras!
Mas não paro de ler(isso aqui virou diário mesmo)MEU querido diário...
Na vida profissional o juízo está dando um nó cada vez maior...por mais resolvida que pareça
todos os dias..minha consciência vai me avisando de mais e mais consequências de minha atual escolha!e como é difícil lidar com esta instabilidade!decorrente da situação financeira defasada,e generalizada a qual nos encontramos.Porém não posso,não quero e tampouco devo fugir dessas angústias da auto sabotagem,preciso ser firme,suportar com diginidade este momento de decisões árduas....sei que estou no caminho certo pelo simples fato de ter optado pela minha Verdade.Isso de certo modo já me orgulha bastante!


Flô*2008

terça-feira, 27 de maio de 2008

Pena Filho

Imprevistos azuis



"Deu-lhe o exato momento em que a rosa floriu,nascida do próprio vento;ela ainda mais exigiu.
Deu-lhe uns restos de luar e um amanhecer violento,que ardia dentro do mar.
Deu-lhe o frio esquecimento e mais não podia dar.
"Desta maneira lúcido me evito,e a estes pés cansados de granito saberei transformar em cataventos...
Governada por gravíssimas pertubações lunares...
Querendo entrar nos ventos,louca de tédio e grávida de sono...
O quanto perco em luz conquisto em sombra,e é de recusa ao sol que me sustento.
Pois sei que sou o espaço entre a semente e o fruto...
Minha comadre Maria dê-me aguardente e coragem!
Um boi que procura a sombra,água limpa na levada,menino alegre por ter sua dor organizada.
Por seres bela e azul é que te oferto a serena lembrança desta tarde:
tudo em torno de mim vestiu um ar de quemnão te tem mas te deseja perto...
Por seres bela e azul e improcedente é que sabes que a Flor,o céu e os dias são estados de espírito ,somente,
Lembra-te que afinal te resta a vida...
entrar no acaso e amar o transitório."
Carlos Pena Filho

Flô Pós




Meu passeio calado é uam conversa contínua,e todos nós homens,casas,pedras,
cartazes e céus,somos uma grande multidão amiga,acotovelando-se de palavras na grande procissão do destino.Tudo está em tudo.
O mundo exterior existe como um ator no palco:está lá mas é outra coisa.
Contente de um pequeno calor como de uma verdade eterna.
Cada um de nós é vários,é muitos,é uma prolixidade de si mesmos.
"Fernando Pessoa
Livro do Desassossego
Minha Bíblia.

Fios





Possuir esta madrugada em ossos,fósseis,fossas e gemidos
estou só,algum cheiro carinhoso em meu travesseiro,
Almodóvar na tela,em hable com ella,e nadie habla com yo...nadie!
que no sea mi casa e sus fantasmas categoricos!
E o que me impede de transpor?este sonho limitado...
pensamento longe,coração desmaio,ainda é Maio..
todos os problemas minúsculos batem as portas e janelas deste recinto
preciso tanto de tinta,e telas...não as tenho...
em mim todas as pinturas do mundo...perdidas..implodidas!
vagabunda nata,de destinos cortados!onde vais te fixar?
vais mesmo te fixar em algo,algum lugar e a alguém?
é hora de criar laços e raízes mais profundas?
ir até o fim numa escolha?pra quê?para então ser feliz?
e não és feliz?o que fazes então desta liberdade
transformas apenas em pura e inútil melancolia?
para enfim escreveres estes rascunhos de sentimentos vencidos
e te dares por vencida!ufa!desabafei!desabei!desfiz os nós?
E a bola deste jogo é cada vez mais oca,mais vazia!
minha realidade as vezes mostra-se consciente apenas dessa Flor
que brinca de ser alegre,encapando os fios pesados da solidão.


Deli2008

Meu bairro


Ver através das lentes embaçadas de Maio
aqueles olhos...
aqueles dois olhos rabiscando meu momento
ultrapassando as retinas virtuais
amanhecendo em caminhadas no meu bairro
silêncio....rabiscos meigos
quase que fechando-se...
abrem ,no entanto um sorriso intenso
aqueles dois olhos rabiscando meu momento
nós dois numa queda
nós pós imenso.
Floradélia 2008

sábado, 24 de maio de 2008





COMUNHÃO

RETARDA MEMÓRIA DO SILÊNCIO,
DÉBIL COMUNHÃO
DE SENTIDOS OPOSTOS...
FOSTE OBSERVAÇÃO
LENTA,AGUDA,SONORA;
DA ELOQUÊNCIA PRIVADA,
DA LOUCURA EXCEDIDA,
POR TEUS POROS RASGADOS!
UM GRÃO DE SABEDORIA INÚTIL!
FOSTE ILUSÃO...

ADÉLIA COELHO 2006



Visita


Visito outras vidas
Numa ressonância concreta
De dores vazias
Cadeiras deixadas
Espelho erguido e sujo
Da imóvel hipocrisia
Atrás dessa tela de computador
Atrás dessa casa
Atrás desse verso
Atrás dessa alma
Visito outras vidas
Num sonho imerso
De sustos e grades
Cozinhas desarrumadas
Batons quebrados
Livros empilhados e ocos
Da instável congruência do dia
Visito outras vidas
Agora permanecendo estática
Sobre a tinta que vai,
Apenas,traduzindo
Sensações desconhecidas

Num papel desconhecido
De uma velha quase sempre conhecida.

Adélia Coelho maio de 2006



TEU TEMPO


MENINOHOMEM
ROTINA SOFRE
PERDE PAIXÃO
VELHA ESTROFE
PLATÔNICO CORAÇÃO
MENINOHOMEM
PELE SOFRE
ARDE CLARÃO
NOVA VEIA ENTOPE
EXTRAVASA TUAS BORBOLETAS
LIBERTA ARMADILHAS PRESAS
DANÇA TEUS POEMAS
MENINOHOMEM
AMA O VENTO
BEIJA A IMCOMPREENSÃO
ENTREGA-TE
A FIEL GENTILEZA DESSE TEU TEMPO.

Adélia Coelho maio de 2006

Reencarnação


Entre homens vem sorrindo
Disparates, rasura,, calmo fervor.
Estivesse apenas no medo
E no saguão da descaracterização
Tu te curvasses
Tens permissão?
Sabe quem sou?
Nem eu.
Tomara que nenhum rei, tampouco um vulcão.
Sou filho do papel insólito
Da tinta vigem
Da palavra mal entendida!
Sou cata-tempo, do vinho,
Do beijo, da vida.



Adélia Coelho maio de 2006


Luz

Luz responde:
Coração cheio não sabe chorar e calar
Quando a dor é inveja e vaidade,
Coração cheio só dilata saudade
Sabedoria é escurecer assim que nasce o tal do dia
Luz pergunta:
Coração cheio não sabe direito amar
Quando paixão chega é possível
Nascer sol do mar?
Nostalgia.

Adélia Coelho maio de 2006






PAUTA

UM BLOCO EM BRANCO
EIS AQUI O MEU FUTURO
PELA MANHÃ
SEM ABRIR NENHUMA GRADE
PULO TANTOS MUROS...
ESCALO TODAS
AS SUPOSTAS VERDADES
FESTA MASCARADA
MEIO IDADE
MASSAGEIO O SUBCONSCIENTE
DEIXANDO O CANSAÇO CRIAR
MÃO LEVE ESCREVE
SÓ FAÇO DANÇAR...
MINHA ALMA É LUVA
SOU DIA
CEDO A NAUGRAGAR....

ADÉLIA COELHO
JUNHO DE 2006
Verso de sol



Ah!Tanta noite dentro de mim
Todas as luas têm seu nome
Deito; acordo, sonho por fim,
Encontrar-te agora em vento
Talvez dissesse: Adoro-te!
Beijaria teu verso de sol
Cantaria um ninar de luzes
Levaria frutas, pão e jasmim,
Abraçaria sem pesar tua dor
Levaria comigo todas as tuas flores
Pintaria novas espécies
Raras em cores e perfumes
Ah! Tanta noite dentro de mim
Passeamos atrelados ao pensamento
Você de mãos dadas com o nosso tempo
Salta beijos ao longe
Como se nossa cantiga
De perto de tão linda, chorasse.

Adélia Coelho maio de 2006
Rádio

Música de nossa tarde
Todos os dias inúteis
Se não, vemos, juntos nossa sintonia.
A passar em rádios, estações e céus,
Música em nós arde
Todas as noites fúteis
Se não ouvimos junto, nossa alegria
A passar em raios, foguetes e luas.


Adélia Coelho maio de 2006





Ventre


Bem soubesse do meu ventre nasce flor
Jardim embolado
Todas juntas
Não sei nome ou cor
Barrigão de fingimentos
Conveniências falso pudor
É a descontinuidade
É a morte
Da gravidez
Do falso jardim do amor!

Adélia Coelho maio de 2006



RAIZ


PERCEBA TEUS PÉS...
ELES COMEM GESTOS
ELES COMEM FOLHAS
ELES CANTAM O CHÃO
ELES CANTAM O TÉDIO

PERCEBA TEUS PÉS...
ELES GERAM PASSOS
ELES GERAM FIOS
ELES COSPEM TRAÇOS
ELES COSPEM FRIOS

PERCEBA TEUS PÉS...
ELES DESTROEM LAÇOS
ELES DESTROEM PRÉDIOS
ELES ACARICIAM FOTO
ELES ACARICIAM RIOS.

ADÉLIA COELHO
2006


Peter Pan



Estar junto e pronto!
Todos os bastas me bastam
E na escuridão me encontro!
Estar junto e me basta
Como se acendesse luz antiga
Segura partida de te deixar
Sem ir
Penso em teu sorriso
Esqueço que existe guerra
Teus ombros não são tão curtos assim!

Adélia Coelho maio de 2006




Poltrona da maturidade



Xadrez de boas horas , ventanias , agoras...
Um cheiro de verdade, alecrim, saudade.
Timidez de loucos versos, poros,
Bate-me realidade!
Xadrez de nascer, de pôr do sol, da lua,
Maldade!
Um gosto de tempo fugidio
Foge para rua de tua insana cidade
Rua do coração número fatal idade
Xadrez de perfumes, flores, musicalidade,
Quadriculados recortes de alma
Na profana poltrona da maturidade.

Adélia Coelho maio de 2006-05-22


Nem Você Sabe


Uma presença quase que interminável
Tua essência preenche todo o universo
Nem você sabe
Mas tomasse de vida
Todo o meu espaço
Inocência sombreada
De gargalhadas lunares
Nem você sabe
Mas teu olhar canta meu ritmo
Coordena meus dedos
Sublinha meus quadris
Sol...
Presença que toma
Rasga,confunde, extasia.
Lua...
Presença serena que anseia poesia
Bebe palavra minha
Funde-se
Teu doce sabor
Nem você sabe
Está na minha boca
Esperando somente
O abraço da tua dor.


Adélia Coelho maio de 2006




Pássaro de olhos brancos


Leio cega
Belas páginas
Pássaro de olhos brancos
Por mim voa nem passa
Venda os piores sentidos
Enfrenta todos os inimigos
Ouve, entope, ensurda
Destapa,circula,entorta
De olhos abertos não vejo nada!


Adélia Coelho maio de 2006



Nós “nos querer”


Doces tardes
Bombons de contentamento
Por estarmos e só
Nos basta, não ter
Sobre relação aberta
Suficiente entendimento
Doces versos
Souvenir de sacramento
Palavras voando e só
Nos basta não sofrer
Sobre tijolos em falso
Imprudente esquecimento
Doces flores
Furtos de alma
E só...
Nos basta
Nós “nos querer”.

Adélia Coelho maio de 2006

ANTONIÊTA COELHO MINHA MÃE



Mãe


Nasci e nasço quando emoção me bate
Essa madrugada tem inúmeras visitas
De mim mesmo
Perambulando um ensaio de sono
Conto estórias ao eterno
Um beijo a minha mãe!
Hospital resignado ao nada confortável
Sei bem, que me amas; amasse-me, pobre criança!
Compreendo tua estrada
Mas nunca concordarei com teu exílio conformado
Nasci de parto normal
Nunca me considerei normal
Embora muito protegida
Tive liberdade consciente
Nunca me colocasse sem palavras no tribunal
Não posso te julgar!
Compreendo a morte prematura dos teus versos
Mas ainda peço; não mate, não empedre, não impeça,
O nascimento infindo da tu vida
Por ti, cheguei aqui,
És amiga de outros tempos
Talvez,recupero, resgato, refaço,
Algo que perdi
Ou que perdi de ti
Amo-te sem cabimentos,
Mas com uma verdade que ultrapassa certamente
Formalidades e lamentos.

Adélia Coelho maio de 2006


Orgasmo implodido




Orgasmos
Espasmos
Não ouse
Não tente
Não dance
Não movimente
Não seja mulher
naturalmente
Não seja homem
Hostilmente
Seja” todos”
Embaralhe “sexomente”
Ao dúbio
Ao múltiplo
Ao rasgão
De todas as roupas
Que escondem
Somente máscaras!


Adélia Coelho maio de 2006




Meus olhos nos teus voando


Dentro dos teus olhos
Muitos outros olhos
Muitos outros mundos
Muitos outros oráculos
Dentro dos teus olhos
Muitos outros buracos
Muitos outros imundos
Muitos outros moribundos
Olhos, olhos...
Olhando
Cavando
Vendo
Cegando
Enfim
Meus olhos nos teus voando.
Adélia Coelho maio de 200

PARA TERESA





Minha Tê


Querida filha
Doce Teresa
Em outra vida talvez
Em todas as outras
Tivemos unidas sempre
Haverá outras tantas
Minha amiga
Amada Têtê
Em que nos encontraremos
Algo nos liga
Algo de muito forte
De brilho e som especial
Amo-te de longe minha Tê
Abençôo tuas horas
Descobertas e sonhos
És esperta e consegues
Ver muito bem o nosso Deus
Aquela sensação pura
Da bondade, pureza e alegria.
Em ti, Teço, vejo felicidade
Sei que um dia
Viesse também por mim!
Conheço-te há muito tempo
Minha irmãzinha linda!
Não vamos compreender
Todo o resto
Temos uma chave
Que é a viagem
Do amor eterno.

Adélia Coelho maio de 2006

antiga




Da tua lágrima se enxerga o mundo




Teus olhos caídos marcam num quadro tua extensão
Dispersão!Corpo curvado, revirado, atado,
E todos os teus olhos perderam a visão!
Entre cílios, sobrancelhas e caminhos amputados.
Teus olhos sempre sabem bem a direção
Da tua lágrima se enxerga o mundo.
Você é na lua toda minha amplidão.



Adélia Coelho maio de 2006

ANTIGA



Jardim


Tua pele fala
Nessa tarde fria
Macio músculo do desejo
Ressoando beijos
Ansioso por tua doce agonia
Tua boca desenha
Em línguas e dentes
O mapa do nosso absurdo
Nossos cabelos mudos
Tudo sempre parecia
Um verso quase perfeito
Se não fosse o ciúme
De todas as rosas
Que tu guarda e cultiva no peito.

Adélia Coelho maio de 2006

ANTIGA




METABOLISMO

CORPO VIOLINO MORTO
CERCADO EM MOEDAS,
A UM DEVASSO OSTRACISMO,
CORPO VIOLÃO OCO...
RECONHEÇO A MANHÃ
DE TODOS OS ODORES;
A UM PASSO DISTÂNCIA...
MISTICISMO!
CORPO VIOLA O CAIS MOCO,
SUSPENDE AGORA A TINTA
DA IMCOMPREENSÃO
LIMITE TOSCO...
DA INVASÃO;
POBRE AFORISMO
INDIANISMO FÓBICO
DE SORRIDENTES RÉUS...
NÃO!NÃO AO FÚTIL METABOLISMO!

ADÉLIA COELHO
2006

ANTIGA




Mensagem

Nossas almas se correspondem em versos
Tua maldade virou logo
Sem demora, conhecida saudade.
Todas as flores que me desse
Pintaram novo céu.
Estão em mim, nova cidade jardim.
Natureza ainda viva
Colada à poesia envaidecida
Hesitei em te anunciar
Ao longo coração a minha ida
Transmissão de pensamentos
Fonte de mel, paisagens e beijos,
Faces voando, a gente se encontra,
Até nos sonhos te vejo
Sem mais partida
MÁX ima sensação
Do azul inocente
Que planta gentilmente
Uma doce e agora verdade.


Adélia Coelho maio de 2006

ANTIGA





Mão Esquerda


Faço carinho
No papel que me escrevesse
Como se ali tivesse contido tua pele
Teu cheiro
Teu umbigo
Desenho essa cantiga
Com a mão esquerda mão amiga
Tenho agora sete anos de idade
Olha minha letra!
Tenho agora a dificuldade
De toda a caligrafia para chegar até você
Não compreendo mais a letra
Mas o sentimento da intenção é inconfundível
E sei que com o corpo
Minha poesia você lê
E ela já rasgou superfície
Visitou coração
Alma decifrou
Pois você crê!


Adélia Coelho maio de 2006

Antiga



Lírios de morte consagrados


Perdi meus girassóis
Plantei errado
Não sei cavar meu mundo
Brotou errado
Passarinho sabido
Foi logo comendo
Os botões dos meus olhos suados
Perdi todos os meus sóis
Não mais ensolarasse
Meus vestidos rodados
Teu tecido virou cortinado
Fiquei enfim em cima do muro da lua
Protegida das muriçocas
Plantando agora
Lírios de morte consagrados.

Adélia Coelho maio de 2006

Lunáticos.





LUNÁTICOS (A PEÇA)



BOLA MUITAS VEZES SALGADA
BOLA GRANDE, BRANCA, SUAVE.
Densa, largada, iluminada,
Bola muitas vezes quadrada
Isopor, gelo, algodão de nuvem colhido.
Solidão de umbigo
REZA NINANDO UMA DISTÂNCIA
QUE PESA
AMAMENTO ESSA LUA
COMO QUE BEBESSE CELAS
ORIUNDAS DE COLORIDAS CAVERNAS
BÚSSULA PÁLIDA ORIENTA-ME O SEXO
O sono, a arte, o sonho.
Ruas prateadas de céu
Acolhem um ventre universal
Lua: mãe de todas as insônias insanas!

Adélia Coelho maio 2006

ANTIGA




Germe

Olhar para o ventre
É perder o senso real
Ovários imprecisos
Movimento estático
De uma falsa natureza
Que repousa apenas
Nem pensa!
Afinidade tão desleal
Olhar para o marco
É como voltar a um ponto central
De onde germinam
Todas as causas impróprias
Toda a inocência descarada
Todo pôr de sol imoral.

Adélia coelho junho 2006

ANTIGA






Lábio terno


Ainda desejo lábio terno de noite
Ainda espero pele ávida por mel
Alimento-me de mariposas encantadas
Desde que aqui cheguei pelo vento
Morte nova encontrada
Caixas de livros ocos, amontoadas.
Tu virás num dia azulado
Onde chuva anunciará a leveza de grandes horas
Onde desenharão em teus olhos girassóis vermelhos
Noites coloridas e versos muitos versos
Melados de incongruência cruel de todos os beijos!
Não seja então o anjo revelador
Seja apenas o homem, o amante, a estrela, o ardor,
Ainda desejo outra alma
Alegre de cordel
Quero sempre por fim
Descobrir a música do teu ardor.

Adélia Coelho maio de 2006-

ANTIGA



Ensaio



Minha poesia em cena
Enterrou passado
Consagrando o bom
Consegui voltar a me emocionar
Inteira
E ser outras várias
Consegui
Despertei no outro a energia da angústia
Da dúvida, da hesitação,
Consegui chorar, rir, sentir,
Qualquer cena
Deixando cena antiga se encerrar
Fui eu!Atriz!
Que cantarolei
Agora uma canção nova
Que está para chegar.

Adélia Coelho maio de 2006

ANTIGA




Estrelas em minha mão


Na minha mão tuas estrelas
Inúmeras luminosidades espalhadas em poros
Na palidez das horas a pele enxerga
Novas flores a cada dia
Em muitos perfumes se diferencia
A cadência da harmonia
Na minha mão tuas letras
Inúmeras palavras tecidas no canto da alegria
Na more Nice da tarde
A boca lê desejo
Novas sensações a cada: sorria!
Em muitos ventos a brisa antiga se diferencia
A inocência, sozinha a aplaudia,
Na minha mão um filho
Talvez dois cometas!Inúmeras linhas perdidas nas linhas
Do negro profundo tudo se evidencia.


Adélia Coelho maio 2006

ANTIGA




Jasmim


A cada novo beijo
Vontade de beijar
A cada novo encontro
Vontade de morar
Um no outro
Você jasmim, ritmo,
Eu, sentimento íntimo.


Adélia Coelho maio de 2006

ANTIGAS



Gaveta


Todas as tuas flores
GUARDO na minha gaveta
Seca a textura, perde a cor, some o perfume,
Mas você continua nelas me trazendo a tua
Textura, a tua cor, o teu perfume.
Tenho em mim todas as tuas flores!


Adélia Coelho maio de 2006-05-22

ANTIGAS




COMUNHÃO

RETARDA MEMÓRIA DO SILÊNCIO,
DÉBIL COMUNHÃO
DE SENTIDOS OPOSTOS...
FOSTE OBSERVAÇÃO
LENTA,AGUDA,SONORA;
DA ELOQUÊNCIA PRIVADA,
DA LOUCURA EXCEDIDA,
POR TEUS POROS RASGADOS!
UM GRÃO DE SABEDORIA INÚTIL!
FOSTE ILUSÃO...

ADÉLIA COELHO 2006

tEATRO


Compasso sentimento


Respiração é música
No corpo do ator em pensamento
Movimento, lento, forte, tento...
Todos os ritmos descobrem
A unidade de um só compasso:
O do sentimento.

Adélia Coelho maio de 2006

A LUA É UM PINGO DE CERA





Caleidoscópio


Eu roubei a maquiagem da lua
Escavei seu sorvete de creme
Suguei
Seus santos
Mulatos de alma
Fui lá,
Fui lá sim!
Fui de caleidoscópio
Foguete zonzo
De lês eiras boas
Fui de cavalo de pau
De vassoura
De bicicleta (E.T)
Eu já fui à lua,
Posso sim dizer que já a visitei
Uns loucos me levaram lá
“Nerudapessoabandeiralorcaflorbela”
“Drumondrilkececíliarimbaudmota”
Os que enlouquecem chegam mais rápidos a lua...

Adélia Coelho maio de 2006

segunda-feira, 19 de maio de 2008

TERESA COELHO=UM TALENTO




Esta noite


Esta noite não deu-me respostas...
Qual será a companhia da solidão?
De braços abertos eu conquisto abraços...
Talvez nenhum deles consiga me abraçar...
Mas eu os sinto.
Esta noite lembrei-me de seus sonhos...
Lembrei-me de quantas palavras saíam antes de você...
A noite apagada pelo branco...
embaçada
Pertubada
Mutilada?
Foi um pequeno momento numa grande vida...
E o que quer dizer da grande Vida?
Se quanto mais crescemos,mais diminuímos da utilidade mundial...
Nesta noite intocada pelo gosto de acreditar nas pessoas...
Aprendi a ver fórmulas que meus desejos não compreendiam..


.(Teresa Coelho)abril de 2008

Black Music






Estou cá,sentada comigo no meu sofá preto
olhando para meu sofá vermelho
e meu arco íris de almofadas coloridas no chão
sobre o tapete de fuchicos...
nem de longe minha vida segue um padrão normal
Convencional,é domingo...
exatas 6:00 da manhã,minha filha-mãe está na cozinha
preparando o café(ah,até que isso parece bem cotidiano)
é,ela toma café,eu não...
Eu cheguei há umas duas horas
do Quintal do Lima...
Enbebedei-me de Black Music e dancei insandecidamente
até anjoar-me do próprio rítmo..algumas horas depois...
e depois de poucas caipiroscas confesso...
já estava querendo voltar para Salamanca(casa)
Algumas pessoas Bonitas(estranhas o que considero fisicamente atraente)
porém desvio meu olhar de qualquer itinerário abusivo
queria apenas dançar...
todos têm medo desta capa protetora que inventei para mim
até eu tenho medo,porque nem sei quando foi mesmo que inventei.
dançar é bom quando se dança primeiro para dentro
e não com o único propósito atrativo numa paquera por exemplo...
A chuva continua caindo e todos chovem da chuva
todos fogem da chuva...
ImAculada Maria -Elogiada Maria
que foge as regras feitas.És então uma exceção?
Fechei os olhos,e os pés deslizavam num céu-chão de batidas envolventes
estar entre as pessoas e sentí-las não precisa necessariamente ter uma conotação sexual ...
queria que esta porcaria da perjorativa começasse a se masturbar para purificar-se!que coisa!
Danço porque me impele o poro,aberto,transpirando o ócio transgressor..
o ócio covarde que trago de casa
o ócio tirano que escapa-me entre os dedos..
ócio que dança..
ócio que lança...
Lança meu rosto borrado e meu perfume usado no ar
desta solidão extensão de quem sou....
desta solidão amiga que desperta as manhãs ressacadas de domingo.


AdélieFlor*2008

Cores em pedaços






Tenho pedaços de sangue
em minha boca
Tenho pedaços de caule
em meu peito.
tenho pedaços de amor
em meu leito.
tenho do suspeito
pedaços...
unidos de certo topor
de menina oca
TENHO PEDAÇOS.

Flô*

Propaganda de num sei o quê


Não sei de tudo
e quero saber mais
mas não para apenas
SABER mais
mas para poder
SER mais.
Frô*

Quem sou eu

Minha foto
Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô