
Lírios de morte consagrados
Perdi meus girassóis
Plantei errado
Não sei cavar meu mundo
Brotou errado
Passarinho sabido
Foi logo comendo
Os botões dos meus olhos suados
Perdi todos os meus sóis
Não mais ensolarasse
Meus vestidos rodados
Teu tecido virou cortinado
Fiquei enfim em cima do muro da lua
Protegida das muriçocas
Plantando agora
Lírios de morte consagrados.
Adélia Coelho maio de 2006
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