terça-feira, 27 de maio de 2008

Pena Filho

Imprevistos azuis



"Deu-lhe o exato momento em que a rosa floriu,nascida do próprio vento;ela ainda mais exigiu.
Deu-lhe uns restos de luar e um amanhecer violento,que ardia dentro do mar.
Deu-lhe o frio esquecimento e mais não podia dar.
"Desta maneira lúcido me evito,e a estes pés cansados de granito saberei transformar em cataventos...
Governada por gravíssimas pertubações lunares...
Querendo entrar nos ventos,louca de tédio e grávida de sono...
O quanto perco em luz conquisto em sombra,e é de recusa ao sol que me sustento.
Pois sei que sou o espaço entre a semente e o fruto...
Minha comadre Maria dê-me aguardente e coragem!
Um boi que procura a sombra,água limpa na levada,menino alegre por ter sua dor organizada.
Por seres bela e azul é que te oferto a serena lembrança desta tarde:
tudo em torno de mim vestiu um ar de quemnão te tem mas te deseja perto...
Por seres bela e azul e improcedente é que sabes que a Flor,o céu e os dias são estados de espírito ,somente,
Lembra-te que afinal te resta a vida...
entrar no acaso e amar o transitório."
Carlos Pena Filho

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô