sábado, 24 de maio de 2008

ANTONIÊTA COELHO MINHA MÃE



Mãe


Nasci e nasço quando emoção me bate
Essa madrugada tem inúmeras visitas
De mim mesmo
Perambulando um ensaio de sono
Conto estórias ao eterno
Um beijo a minha mãe!
Hospital resignado ao nada confortável
Sei bem, que me amas; amasse-me, pobre criança!
Compreendo tua estrada
Mas nunca concordarei com teu exílio conformado
Nasci de parto normal
Nunca me considerei normal
Embora muito protegida
Tive liberdade consciente
Nunca me colocasse sem palavras no tribunal
Não posso te julgar!
Compreendo a morte prematura dos teus versos
Mas ainda peço; não mate, não empedre, não impeça,
O nascimento infindo da tu vida
Por ti, cheguei aqui,
És amiga de outros tempos
Talvez,recupero, resgato, refaço,
Algo que perdi
Ou que perdi de ti
Amo-te sem cabimentos,
Mas com uma verdade que ultrapassa certamente
Formalidades e lamentos.

Adélia Coelho maio de 2006

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô