sábado, 27 de novembro de 2010

Rafinha -Pão



Menina de sorriso ligeiro
passageira como vento bom,brisa suave
Abraço que apertava a alma de tão forte
Menina de sorriso brejeiro,
que encantava por saber sorrir e só
passava na simplicidade do verso
rasgando as fachadas do tédio
mostrava inteligência até nos afagos
sincera,menina de sorriso denso,aberto,largo
Rafinha,a pequena de todos,a mascote de toda turma
Menina de sorriso intenso,marota sabedoria
sempre uma palavra de carinho,sempre um elogio colado a boca
seu olhar era como oração pura,seu amor é raiz que fica
Não há compreensão para esta viagem,o que fica é saudade crescente
agora a dor quer escurecer teu nome,mas me lembro Rafinha é sinônimo de vida.
MENINA de sorriso iluminado,voa... encandescendo o tempo!
Os que te amam acenam inconsolados,mas você permanece
nossa menina pão de sorriso aceso para o mundo inteiro ver.


Com Amor de Flô
A morte atropela os sonhos?
pela areia resquícios de desejos recentes
ela só queria ver o mar,tocar a imensidão
com os dedos e os amores
a morte aniquila os sonhos?
caminhava em busca de ar,
passeava para falar da vida
ela só queria abraçar o vento,beijar a escuridão
o que faz a morte tão próxima?
o que nos deixa tão impotentes?
eu não consigo ficar sem indagar
sem escrever...
Onde estará seu espírito agora?
a morte apaga a vida ?
Minha mãe veio me avisar
que a dor da perda novamente viria me visitar
meus sonhos reais,minhas impressões intrigantes
a morte é apenas ponte?
e o lugar que sonhamos existe mesmo?
ela só queria ouvir sua música
dar as mãos aos amigos..e andar para frente
agora de mãos dadas com o sol ela segue
daqui a pouco vai encontrar outra lua
e entregar-se a felicidade novamente.
a morte não finda o amor.


fLÔ
Cortinado




Isolo-me
como a pedra que plantasse em meu olhar
como o cimento abstrato de tuas lentes
mãos fétidas de segredos
o distanciamento do medo
isola-te,com energias roucas
teu compasso retarda o beijo
cada um,deixa-se perder em silêncio
bobagens em lágrimas
seriedades em páginas
o parque ficou p tras
as roupas sujas
o rato na cozinha
a ficção do romance no fim
isolo-me
e dentro de mim
os livros escorrem pelas pernas
pintados de vermelho
a filha que retorna
desgarrada se contorce de dor
a tristeza dos ontens queridos
tento disfarçar meu limite
meu olhar suplica flores]
meu olhar humilhado suplica a terra do mar
os beijos longos]
a espera interminável
os segredos de cortinado
as taras no tapete molhado
isolamos a parte boa
meu sexo fecha-se encabulado
enjoado das visitas comedidas ,rotineiras
minha menina se entristece...
fecho a porta de chave.

fLÔ

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Adélia Coelho mais conhecida como Flô é atriz ,escritora e arte educadora,faz um trabalho
de criatividade com jovens com síndrome de douwn e autismo na ong integrarte,começou
a escrever aos 7 anos fazendo historinhas,
na adolescência passou por alguns concursos literários como Assis Chateubriand
e viagem Nestlê pela literatura,levando seus primeiros prêmios nacionais,mais tarde começou
a participar de recitais pela cidade,destacando "Nós Pós" onde estreou e "Quartas Literárias",
sempre imersa na produção e apresentação de eventos Literários também compos o
time da Primeira Festa Literária do Recife,a Freeporto em 2009,seguindo,Participou ativamente
apresentando e se apresentando da Bienal internacional do livro em 2009,
teve sua primeira aparição em coletâneas em 2009 com "Cem poetas sem livro",
participou também da antologia Anais da Fliporto 2009,(onde também se apresentou em Recitais)
ainda em 2009 engajou a antologia pernambucana "Tudo aqui fora escrito tudo fora escrito ali".
Em 2010 gravou alguns vídeos para Tv Universitária e Brasil,sobre Poesia homenageando Cora
Coralina e Clarice Lispector...E também recitando coisas suas...
Flô respira arte,é pesquisadora do humano,provocadora,no teatro participou de grupos de rua e
intervenções urbanas,estuda o teatro fisico,se dedica a arte como filosofia,fotografa,recorta,pinta
cola e voa...arte para ela é tatuagem...está nas suas roupas floridas Está na Paixão por Neruda,
Pessoa,Hilst,Ana Critina Cesar...No momento Flô está preparando seu primeiro volume de poesias,
um espetáculo, e alimenta continuamente o blog deventoseflores.blogspot.com.
a OFENSA chega desgarrada
a infelicidade se mascara diante dos fatos
a imbecilidade reinante apavora
urubus povoam a arte
urubus rapartem o pão
a vaidade trajada de guerra
invade o terreno ,sagrado grão
A bOca maldita e suja da verdade alheia
as intrigas sedentas as esmolas no chão
a dignidade que insulta o pobre
a integridade que omite o são
a realidade que destorce os dois lados
também joga nesse clarão
a OFENSA chega desgarrada
desconstruindo as pontes,as portas,as telas
a baixeza de ser só um,a mais,a menos
a par da alienação.
A intenção de ferir para somar,provocar
implantar pequeninas chagas
artifícios de baixo calão
a grande ingnorância de quem se atreve
a duelar sem Honra.
A Lutar sem mão.
Ofensa maldita que cospe e grita
ouves?sabes a arte do vencedor?
Nobreza de caráter,essa inteligência
para você ainda não chegou!
quem dera via sedex...



Flô 2010 outubro
AS FRUTAS DEGUSTADAS
os pedaços reluzentes desta mesma terra
azeda atmosfera de parentes
as distâncias comedidas
as rompantes despedidas
as idas...e vindas
as frutas caladas
os caldos transparentes deste mesmo caos
as estâncias atrevidas
o chão gelado da casa grande
o chão descalço da casa amarela
os deslizes dos passos que ficaram em branco
as pegadas das cantigas que choraram em claro
todas as serenatas e mórbidas gargalhadas
perambulam pelos tijolos antigos
como cactos impregnados do mesmo ócio
as frutas degustadas,fluidos desgastados
cortinados dilacerados do mesmo sangue
azeda atmosfera de parentes
as comodidades,as falsas hereditariedades
as inúmeras comunidades
o espaço entre,a lacuna verde,a cair
a desmoronar
as cinzas,os restos,as folhas
voando,voando...sementes sempre rejeitadas
as toalhas de vermelho manchadas
as frutas caladas,silêncio estúpido
brutos os que se aliam pela pele
pelos vasos,pelo os que se foram
dentro do mesmo cubículo onde cultivei minha mãe
hoje espero sólida minha Filha
aqui espero a volta
do que sempre me perteceu.
Aqui saberei mais uma vez,
o único sentido da natureza trazer-me flores
e novas frutas todos os dias.


fL^LO OUTUBRO DE 2010
Queimada



Os círculos ainda acesos
atravessam lentamente minha origem
e dentro de mim o fogo cresce,
em minha barriga agreste
as ruas ainda apavoradas
expressam o antes
o outro lado do mundo que começa aqui
desolações,insolações,infestações
a respiração não é a mesma
o paradoxo sempre foi estar aqui
todo o resto flutuando por cenários de
qualquer outro contexto
do que se fala?
o que se ouve?
os círculos ainda acesos libertam gradativamente
as sementes do amanhã
o passado tem fé,tem pressa
as esperas são curtas,densas
faço manobras entre trovões
desço das cólicas
sinto os chutes do agora que vibra
mesmo sem sentir o cheiro ,sigo
o pavor das tintas,o tesão do medo
moro logo ali,na casa dos morcegos
o que seria lar?se não esse apego?
a respiração nao é a mesma
o paradoxo sempre foi estar aqui.
quando atravesso a avenida e avisto o outro lado
tiro o chinelo,jOgo abolsa de lado
e corro,CORRO para frente...
como se pudesse dizer ao amanhã
que um dia quem sabe estarei pronta.



Flô outubro de 2010
Há tanto tempo
não vejo o mar
não vejo seu rosto triste
enrugado,flácido
seus braços longos,profundos
azuis
há tanto tempo não vejo o mar
dentro de mim fotografo o silêncio
como se auscultasse as rochas batendo contra o peito
a areia foje entre os dedos decepados,os pedaços
do amor de ontem
água firme,água serena,dando conselhos ao vento
água sedenta,água de dor,doando carícias para qualquer desolado amor
há tanto tempo
não vejo o mar
trancada nesta garrafa,sigo
como se um dia meu barco fosse naufragar
meu barquinho de papel soubesse mesmo voar
na estante de madeira meu retrato em vidro
e o barulho das ondas cada vez mais longe
cada vez mais
longe,longe longe...
a solidão do mar entende minha água turva.



Flô-setembro de 2010
Minhas meninas de janeiro
meus anjos rosas
de asas densas
meus escapulários coloridos
avisam que voltarei também a ser menina
entrarei na roda,cantando a liberdade
poderei pisar no chão
poderei pousar na lua,
poderei provar da chuva
poderei voar de balão
afora o corredor de casa
crescerei de novo,
aqueles sonhos onde a gente aterrisa
Minha meninas de janeiro
meus anjos rosas de asas densas
avisa meu coração
que está na hora de regredir
tirem as bonecas velhas do armário,
arregassem mangas e calças
quero sentir os sargaços por entre os dedos dos pés
quero entrar no mar de uma só vez
fazer-me onda
estrelas enfeitadas,terços de sapatilha rosa
dançam em minha casa avisando:
crescerei de novo
andarei de novo
falarei de novo
amarei de novo!
e eu ansiosa...decifro os chutes da pequena em meu ventre
emito meus sinais de contentamento,
laço de fita,pérola no nariz,batom desmantelado
peruca de fralda,chupeta com doce,arranha céu
vou para o jardim pular de mãos dadas
com minhas meninas de janeiro,
amaremos de novo!




Flô
A MENINA DE antigos engenhos revoltos
agora segurava o corvo em suas mãos
as prisões ficaram para trás
mas seu retrato ainda triste
prendia uma palidez hesitante
seria esta criança a paz dos próximos dias?
ela dizia que ninguém roubaria sua mente
ela dizia que ninguém roubaria sua cultura
gaiola em seus cachos dourados,gailoa em suas tranças imensas
a menina de antigas cantigas de bruxas
agora segurava uma pomba preta em suas mãos
todas as chaves dentro do mote
ela,séria tentava me dizer das flores do lado de lá
entava me ninar nos sonhos que me atordoavam
ela,aina segue menina,buscando todo o amor do mundo de uma vez so.



Flô
A morte gritava baixinho
por entre os olhos esturricados da vergonha
vergonha do tempo
vergonha do tempo
imaculado cordão de sementes mudas
murcha assombração por tras dos óculos
eles querem saber o que farei de teus ossos
eles querem saber o que farei de teus ossos!
as linhas de tua Pele inexistem sobre minha mão
mas o resto dos grãos se preocupa,quer saber
para onde vais agora
a morte gritava baixinho pelas frestas do cimento
vergonha do vento
vergonha do vento
teu convencionalismo lento,
tem pessoas que não sabem guardar o bom por dentro,
eu mesmo sem pele,roupa,relógio ou lamento, tento...
a vida gritava bem alto:teu corpo não é o teu retrato!
tua idade tampouco identidade
teu passaporte é a bondade.


Flô

Quem sou eu

Minha foto
Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô