terça-feira, 23 de novembro de 2010

AS FRUTAS DEGUSTADAS
os pedaços reluzentes desta mesma terra
azeda atmosfera de parentes
as distâncias comedidas
as rompantes despedidas
as idas...e vindas
as frutas caladas
os caldos transparentes deste mesmo caos
as estâncias atrevidas
o chão gelado da casa grande
o chão descalço da casa amarela
os deslizes dos passos que ficaram em branco
as pegadas das cantigas que choraram em claro
todas as serenatas e mórbidas gargalhadas
perambulam pelos tijolos antigos
como cactos impregnados do mesmo ócio
as frutas degustadas,fluidos desgastados
cortinados dilacerados do mesmo sangue
azeda atmosfera de parentes
as comodidades,as falsas hereditariedades
as inúmeras comunidades
o espaço entre,a lacuna verde,a cair
a desmoronar
as cinzas,os restos,as folhas
voando,voando...sementes sempre rejeitadas
as toalhas de vermelho manchadas
as frutas caladas,silêncio estúpido
brutos os que se aliam pela pele
pelos vasos,pelo os que se foram
dentro do mesmo cubículo onde cultivei minha mãe
hoje espero sólida minha Filha
aqui espero a volta
do que sempre me perteceu.
Aqui saberei mais uma vez,
o único sentido da natureza trazer-me flores
e novas frutas todos os dias.


fL^LO OUTUBRO DE 2010

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô