Queimada
Os círculos ainda acesos
atravessam lentamente minha origem
e dentro de mim o fogo cresce,
em minha barriga agreste
as ruas ainda apavoradas
expressam o antes
o outro lado do mundo que começa aqui
desolações,insolações,infestações
a respiração não é a mesma
o paradoxo sempre foi estar aqui
todo o resto flutuando por cenários de
qualquer outro contexto
do que se fala?
o que se ouve?
os círculos ainda acesos libertam gradativamente
as sementes do amanhã
o passado tem fé,tem pressa
as esperas são curtas,densas
faço manobras entre trovões
desço das cólicas
sinto os chutes do agora que vibra
mesmo sem sentir o cheiro ,sigo
o pavor das tintas,o tesão do medo
moro logo ali,na casa dos morcegos
o que seria lar?se não esse apego?
a respiração nao é a mesma
o paradoxo sempre foi estar aqui.
quando atravesso a avenida e avisto o outro lado
tiro o chinelo,jOgo abolsa de lado
e corro,CORRO para frente...
como se pudesse dizer ao amanhã
que um dia quem sabe estarei pronta.
Flô outubro de 2010
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