sexta-feira, 24 de outubro de 2008


Evento da melhor qualidade,que está de parabéns!Sou grata,e tenho todo carinho por todos que fizeram nascer e Florescer O nÓS Pós comungando poesia,sem rodeios,máscaras ou julgamentos...
Nosso maior prêmio é o espaço aberto a arte e a discurrsão da mesma!isso é tão válido!
vamos lá que todos compareçam!será um dia muito especial!
xeruss

ps-acho que vou recitar essa lá


PARA RODIN

Dá-me a rota mestre, que saberei talhar meu ouro...saberei?
se tu não fores meu ..meu rei...
Dá-me as preces ilegítimas de teu suor..
que saberei esculpir tua alma..em dó maior
artista dos ventos..que prende o mar...tuas obras são peixes fracos..
pedrificadas lágrimas sem sal...
dá-me senhor, um gole de teu beijo
insana lição de barro e covardia
entre a volúpia escolho a mediocridade
entre a paixão escolho a vossa santidade
não nego o tempo que passei presa
dentro de minhas próprias grades
não nego que não quiz teus passos
por saber me perder neles...
entre teus dedos fiz meu silêncio
que soava..soava...como assobio de mármores...
assobio de mármores
estátuas mortas de um desejo...
apenas corpos mutilados após gôzo
simples ciência do beijo...
abraço o molde de meus dias...
enbebedo-me do norte de teus vigias..
durante a noite persigo teus sonhos
como se pudesse modelar tuas carruagens..
inverno doloroso quando sabemos que o verão
não volta mais,,,não volta
mas.... agora quando já não lembro do amor
o branco é só melancolia...
quebro minhas certezas...
não reconhecem a brutalidadede minha energia
amei a um homem de pedra
que escondia os sentimentos no gessoa
mei a um homem de madeira
que desenhava sua morte em meu pescoço
sonhei um dia viver,ter filhos,casa moradia...mas como?
sou artista..escolhi como marido o vento
o traio com a ventania..escolhi como terraço o tempo
aprendi a tecer filhos como dias...

ADÉLIA COELHO
MAS CONHECIDA COMO FLOR

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Continuação Edição especial de aniversário!






Sempre criei minhas cores e inventava nuances pertubadores.
(também já criava dores)...
Menina protegida,mimada e doentinha,de cabelos curtos,botas para consertar os pés chatos(desisti)...não quis mais usar as botas...
Já sentia-me uma alienígena e com as mesmas parecia que há qualquer momento cuspiriam fogo e eu sairia voando pelo meu bairro tacanho.Continuo "E.T",mesmo sem botas,talvez Alice e seu Coelho;mas não curto Chás...Porém faço molhos com cogumelos...
Talvez uma poção tenha me feito mesmo encolher novamente...
(PERMANENTEMENTE :"mulher-muleca")
Meus cabelos já estão longos,há anos não os corto...
Há quantos anos mesmo?
Pintei quadros,amores e poemas
Fiz canções primaveras e verões..(sempre tão melosa)
Estreias e estratagemas....
Varri a casa,perdi alguns medos,entrei sozinha no ônibus..
Poucas cicatrizes visíveis,muitos soltos fusíveis...
Fiz amigos...Fiz pratos gostosos,fiz história
Fiz laços e lições-E agora?-A idade pouco diz..
as fotografias velhas precisam ser guardadas
Há um novo dia chegando.Chegou.AME!
Abra as janelas limpas,pinte outros quadros
Exponha fotos com amigos novos,troque a cor do quarto
(esse texto ta parecendo USE FILTRO SOLAR)rsrsrsrsr
E tire definitivamente a grande obra prima de seu próprio drama cotidiano.
Comece,você tem tanto talento(e humildade também),
querida,e sabe que não saiu de seu lugar para render-se fácil a esse Mundo.
É preciso sobreviver na selva conservando ao máximo nossa
-única idade-a paisagem que nos define. Eu tenho quantos anos?
Tenho 24 horas(o seriado?)rsrsr
para tecer mais esperança neste e em outros corações
(e não falo mais da rapunzel..)
Meu nome é Adélia Coelho -ps-Nunca votem em mim.
E se puderem me chamem de Flor,agradecida..
quem sabe não os transforme mesmo em Girassol ou jasmim?



Flô-19-10-82....e por aqui aprontando....se deus quiser por muto tempo!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Edição especial Aniversário-





Minhas janelas só abrem para dentro.Quando meus cabelos eram curtos e os pés ainda chatos e pequenos a atmosfera já parecia-me diferente.Eu já padecia de uma observação analítica assustadora.Não sentia-me igual-com semelhantes aspirações-Nem menor,nem maior,mas equilíbrio talvez também passasse longe.Era definitivamente consciente de minha unicidade neste mundo.E que para fazer parte deste mesmo mundo eu precisava ser igual aos demais."Lamento".Nunca fui.No colégio(são joão) eu suava gelado,distonia ambulante odiava rezar em voz alta e sentia-me terrivelmente tosca.Deslocada,esquisita..como queria ter cabelos grandes...Usava fraldas longas nas costas e diante do espelho desfilava meu sonho de artista só pra mim,e para a legião de fãs invisíveis que se aglomeravam em meu quarto de criança rica.
(e só)Construía meus mundos..talvez o problema esteja aí...eu ainda continuo tentando construir,e vai ver o próprio mundo é que vai tecendo-nos no decorrer dos nossos dias bem vividos.
Há 12 anos não tiro os quadros que pintei da parede,a poeira se esconde bem grudada ás cartolinas coloridas pregadas por taxinhas comidas pelo tempo.Há 12 anos não pinto meu quarto de outra cor,não lavo as janelas do lado de fora,não troco o azulejo fofo do guarda roupa,coleciono latas vazias,caixas de correspondências antigas,as pastas com minhas redações e os recados dos professores queridos.Sei que já joguei muita coisa fora,outras coisas eu dei,sei bem que continuo fazendo o que me torna especial de alguma forma:escrevendo.
Mas há de se emoldurar(meu amor me disse isso ontem)os quadros antigos para limpar bem o lugar que os guardou por tanto tempo.Há de se valorizar os sonhos antigos-Há de se pensar nisso.Já constatei mesmo que programações precoces debilitam o presente,monopolizando a expectativa.Há seis anos atrás eu pensava que outras coisas estivessem acontecendo,com algumas pessoas ainda em minha vida-Engano -não podemos prever nada.E talvez seja um grande erro mesmo tentar prever as grandes coisas,quando os pequenos acontecimentos precisam tanto de nós,de nosso olhar poético...E isso eu sei nunca me abandonará.Porque assim nasci,nasci para ser e fazer diferente.Adoro Ter uma agenda grande para poder receber estas minhas mensagens instantâneas;como psicografias de mim mesmo´De outra esfera-a minha de origem: me confesso.Escrevo do lugar de onde vim e parto quando me coloco pertencendo a outro tipo de prisão maior.Talvez não seja mesmo o mundo lá fora,mas o barulho da porta do quarto da minha mãe abrindo-se todo dia as 6:00h da manhã.

......continuação.....lá em cima....

Flô

quinta-feira, 9 de outubro de 2008


"Eu sou a Jóia rara da cabeça do dragão."
Lucila Nogueira

terça-feira, 7 de outubro de 2008




O tempo deveria
esperar os caracóis famintos se aproximarem
das carcaças de sóis
os ponteiros de tua face
denunciam tua memória fluida
horizonte de lembranças líquidas
Relógio-Cantil
Abram as horas deste espaço
Meus anéis derrentem-se em galhos deserdados,
em mesas já postas ás formigas das horas.
O tempo deveria esperar os caracóis
e dar-lhes o que comer..
no momento que a hora
fosse mesmo qualquer tipo
de verso persistente.

Flô




A menina carvão e seu bambolê mágico
Constróem talvez aquele gigante
que se esconde atrás dos muros
Aquele com o bastão dos sonhos.
Ambos procuram o Circo.
Mas o palhaço morreu de escuridão.

Flô




Talvez o monstro more mesmo
dentro de mim
Dentro do seu ventre
espelho mórbido
Calejados dedos de lua
Gritam por um socorro
que nunca foi pintado
Sim.
o monstro.
eu.

Flô



Seios de mármore
suspensos em teu céu
azul intenso
único tom
de teus versos ausentes
transcorrendo órgãos latentes
dentro da figura imaginária
de meu país-Feto doente-.

Flô




Em todas as cavidades deste meu corpo estranho
além da formigas que transitam o meu sono
há o mesmo nome de origem.
Durante séculos esta mesma pedra gigante
ressecou o meu ventre
Poluindo as razões insanas-deste mesmo deserto-
ovulação de ócios milenares
Em cada buraco negro a doença consiste no parto
Deste nascimento herdei a normalidade das dores
E a genialidade dos horrores...
Asssim assisto á minha lenta decomposição.
Sublime transgressão
perante a célula mater da desumanidade.
Nasci quando as formigas
habitaram os meus tímpanos.
Sou filha do barulho
de uma fome distante
Dormi,ao tentar chamar em cada pedaço que falta
a mesma mãe.
Perdão,só conheço este mundo.

Flô





Do leite que cai do céu
mãe de misericórdia
Guerra de baús áridos
Mutilei-me quando cozinhava
alguns caroços rotos
do feijão azêdo deste mundo.
O corpo fervilhando
e a guerra tão fria.
Mamei nas tetas das nuvens
e certa noite...
Meu corpo recompôs uma constelação.
Mãe de misericórdia,
Chorai.
Não aprendi a estrelar
Choro o mesmo leite
do peito lunar.

Flô





Passaria horas devastando
as gavetas vazias de tuas pernas...
Múmia esverdeada
erguida por cactos adestrados
Estátua de uma liberdade cega
em face vermelha de um sangue escasso
Passaria horas lendo as linhas de tua madeira sem lei
Descaso do óbvio...
Mas sei que teus documentos estão na cor
Não posso tentar (a)Guardar
teus olhos nascerem do bruto
e teu coração ressurgir do perverso
passaria...
as horas.
Passo eu.
Fica;oras.

Flô

Foto:Juliana Barreto



Do olho máquina
cresce a aldeia morta de sua verdade
Ferros corroem gradualmente
tuas pálpebras malditas
e em posição de cruz
confessas teu pecado
os cabelos guiam serpentes rejeitadas
agora,quando o sono me mostra esta mulher
Golpeio minhas farpas
elegendo minha dançarina em Dó(r) maior
De meu olho máquina
sapateio consciente...
e há uma pedra amarela
que não posso dominar
os caules de aço me elevam
como grande folha-defunto
por céus a marrom sepultar.

Flô



Meu retrato nu
Movendo-se
em teus brancos pincéis
Talvez,me pintasse Ostra,
Talvez fosse apenas Seio,
Talvez Sexo esguio
Ou apenas,Estrela,estática.
Teus dedos já não possuem tintas suficiente
amputaram-me o Céu.
Fiquei assim,solenemente dócil
em minha sepultura
morri de amor estérico.
histérico
(esférico?)
(0).

Flô





Desta felicidade sutil
recolho os traços febris
da grande hostilidade
Em meus pés-passo infantil-
trajeto mudo na tristeza aguda
de dizer-te prejuízo...
Próprio monstro
concha azul e severa
que desterra algas virgens
semeadas pelo vento do mar
Certo dia,minha própria estupidez confessou-me:
Atira-te a olho nu.
Atende ao caleidoscópio dos mariscos lunares
Desta felicidade Sutil
pesquei meu Mar.

Flô

Quem sou eu

Minha foto
Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô