quinta-feira, 19 de abril de 2012

Era o deus da noite
que subia pelas pernas
saturado de ódio
era um Deus entranhado em raízes de cetim
era o Deus subterraneo
que auscutava o coração da selva
selva do peito do homem fala
acoa o nada que liberta as escavações
era o deus da noite
que ouvia poesias a beira da árvore
todos os confidentes pediam bençãos
em madrugadas quentes
a terra cavalgava lenta nos dedos dos pés
acariciando as idéias insones
era o deus da noite que acaba os romances
nada era tão provável quanto um beijo ao pôr do sol
que sol Deus?
Minha prece era noturna
minha pele era noturna
minha dança era noturna
eu era saturno coberta de sonhos
eu era confessionário de madeira maçiça
e ele,o Deus da terra ouvia meus passos
ouvia meu medo de cair da árvore
em folhas embebidas de tédio
ele assinava a liberdade:
estamos todos fadados
a esta procissão engomada
de culpas vencidas
de extases guardados
de santos enjaulados
que sol Deus?
o meu goso era noturno
o meu peso era noturno
o meu resto era noturno
eu era Júpiter repleta de ossos
qualquer estrela que estivesse perdida
lá estava eu...
junto ao Deus da noite
ouvindo canções de amor...


Flô

Um comentário:

Deyvid Galindo Santos disse...

Nossa! Yahô! Salve a flor de sua suavidade, com força-beleza.

Quem sou eu

Minha foto
Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô