quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Não quero abrir as portas
não quero receber visitas
o peito está seco
o peito está lacrado
enquanto as peças se encaixam
tomo um drink,e não páro de pensar
o que houve com todo amor que estava aqui?
o egoísmo é capaz de tudo,
o homem é capaz de devorar os restos de um ninho
pássaros indefesos,que não sabem o que é ter mãe
quem ali sabe?
Eu quis voar,voltei,e agora preciso voar
não quero meu ninho envolto a guerra
não quero que minha cria passe pela prisão que passei
não vou abrir as portas
não quero receber clientes
o peito está murcho
o peito está violado
roubaram a bomba da alma
entraram no quintal e roubaram tudo.
arrancaram as flores amarelas que sorriam sem entender
cuspiram cal na arte que jorrava acesa pelo muro insólito
apagaram tudo,cada mísero centavo de afeto que um dia houve
encerrou o peito mudo,
encerrou sem ódio,
e toda culpa é justamente por este pássaro ainda residente
não rasgar toda uma verdade em chamas,por rebeldia ou rancor
ninguém entende que existem mesmo pássaros que só querem
apenas,nem mais nem menos,só querem voar...
e fazer seu ninho em lugar seguro
e segurança é amor.segurança é amor.
isso tenho aos montes.


Flô

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô