segunda-feira, 16 de agosto de 2010





TRabalho as gaiolas sobre o meu quadril
as pombas presas,selvagens,dançando sob tortura
as pombas inconscientes,dopadas,laçadas cantando sob tontura
trabalho a liberdade do meu sexo
fecho a grade,passo cadeado,ninguém saberá do voo por aqui
tudo será suspenso por cordas de cetim
tudo será envolto em mantas purificadas
o pastor me falou das ovelhas que comem pombas
dar-lhe-eis o que comer...ofereco meu pecado encarcerado
a esses pobres animais que não conhecem o prazer...
minha saia de grades pretas e grossas prendem as patas das alucinações
as pombas dançam,soncronizam a morbidez dos sonhos,não significam sua cor
terroristas pintados de branco,amigas do ar enganando soldados tontos
minha caixa de música em saia vai rodando minha cabeça
numa mobilidade resoluta,insolente,beirando delinquentes
quentes,quentes pombas de um desejo que se parte ao meio
toda vez que alguém decide morrer,achando que o pulo é o começo do voo...
trabalho as gaiolas sobre os meus quadris,todos os meus ardis presentes e convalescentes
as pombas sonsas,as pombas ordinárias,as pombas libertinas
as pombas drogadas do cheiro forte da minha floresta.



Flô


...como se guardasse pássaros dentro de uma enorme saia-gaiola,como se cultivasse pombas em meus quadris,sempre treinando a saída,mas nunca alçando um voo real
por que a pomba tem que ser pura?

Quem sou eu

Minha foto
Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô