segunda-feira, 16 de agosto de 2010








Dentro do teu espelho
me viro,me contorço
me enquadro em teu jeito de ver-me
nua,alva como a timidez dos andes
quente como a altivez dos montes
por todos os lados sou tua imagem
sou teu pedaço de vidro aceso
dentro da madeira o ócio vivído
os cabelos seguram na janela a força
não te encaro,te encerro atrás da minha imagem
sou minhas costas,sou meu busto
o contrário da tua poesia,sou o verso escrito errado
o papel jogado fora na esquina,nas lixeiras desgarradas
dentro do teu espelho,sou fera mansa,mulher afobada
me viro,me contorço para ficar tingida com teu sêmem
quente e nua, serei por muitos anos ainda
teu pedaço de vidro adestrado.

flô

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Quem sou eu

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô