segunda-feira, 17 de maio de 2010

Caminhei sozinha por concretos exatos
pedras cumprimentavam o sol,
nuvens cinzentas atravessavam a rua
a poeira dos veiúculos ultrapassando a minha face,rubra e nua
de mãos dadas com as pontes,
cruzei outdoors antigos,estabeleci risadas e gemidos,
continuei,sentindo o crespo
de pés costurados ao real,
fervilhei em estradas sedentas
destinos cruzados em becos,esquinas alucinógenas
caminhei sozinha por exatos concretos
ampliei minha asma,aspirando o medo
a nocividade dos olhares alheios,atirei ao rio tudo que possuía,
todas as moedas de um centavo
sentei a beira da saída e pensei:a solidão é algo de cor sépia
então,poderia inventar alguma alegria...sem pretensões.
caminhei e sozinha achei concreta a exatidão da sensibilidade
ela tem cheiro,textura e sentimento...
pintei outra foto e voltei as ruas com mais verdade.

Flô-maio de 2010

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Quem sou eu

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô