domingo, 21 de março de 2010


Meus amores são poesias ligeiras
que passam rasgando o verso em minha cara
poesias efemeras que duram um beijo
passam queimando o lugar da alma
passam descartando o desejo
meus amores são só versos perdidos num caderno velho
versos bandidos a espera de um bom tempo
minhas paisagens são etéreas,longínquas
como as fontes nos corações alheios
nenhum amor me vê com a fome desenterrada dos abrigos,
nenhum amor me ver como a raiz enclausurada dos encejos
meus amores são papéis apenas,papéis de carta
brancos cortinados a espera de movimento
meu amores são poesias ligeiras
passam desconsertando tudo
em menos de um segundo,reviram meu caos
meu soluçar mouribundo
em menos de um minuto revelam outro tempo
meu corpo coberto de palavras...tantos homens rabiscaram meu ventre
nenhum soube o valor do meu verso
porque a palavra é minha
meu encanto é meu direito a solidão
os amores me dão o mote
e se vão,carregados aos montes da minha desilusão
usei-os,os uso,em nome de um clarão maior
meu amores são desculpas
a finalidade é o peito,meu peito cheio
transbordando de mim.

Flô

2 comentários:

...loucos apontamentos disse...

Os seus amores são completos, são perfeitos, são SEUS e em mão de obra tranformado. Assim nasce o peito transbordado.

No Silêncio das Montanhas a Linguagem dos Ventos disse...

Isso,você disse bem,são MEUS...
inteiros,vívidos,concentrados...
e é isso que se salva,a sensação,o sentimento,a levitação ..e saber que o que transborda é nossa propiedade..o amor é primeiro nosso par ser de todos...

Quem sou eu

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô