segunda-feira, 1 de março de 2010


Eu vou,atrevida,pisando nos relógios
sento-me nos relógios
sou a bailarina da caixa de música
que dança em cima dos ponteiros
e ilumina mesmo sem querer
o outro lado das batidas do tempo
meu amor toca o relógio como violino denso
abrindo as portas dos minutos
para mais e mais e mais beijos
tudo que o relógio precisa está dentro de mim
todo o material,todas as peças,todos os momentos
sou tic tac ambulante,batendo coração aceso
amando desmedidamente os passos que esquecem das contagens
meu amor usa uma gravata borboleta de
um relógio quebrado,como se todos eles,não existissem
como se todos estivessem por muito tempo parados
ou esperando por nós
as ampulhetas são laços de fitas
dançando em minhas mãos de marfim
as chaves dos números de todos os dias
estão soltas flutuando também com as notas
das músicas que o vento teceu em meus cabelos
por mero acaso
é mesmo por acaso que me amas?
as fitas amarelas do nosso encontro
estão pelas ruas
anunciando que o tempo
é qualquer gole de vinho quente
que provoca o peito para cavalgar além...
eu vou atrevida,pisando nos relógios...
sou a bailarina da caixa de música
que dança em cima dos ponteiros...

Flô

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô