quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

o sangue sem cor entranha meus dedos por hoje intactos
o carnaval de fora é tedioso
o carnaval de dentro pega fogo
o sangue sem flor
a cama as avessas
a falta do verso
a falta do terço
leio meus livros sozinha
leio os meus livros hoje em silêncio
escondida sobre os escombros
das derrotas infindas
receio outro nó no peito
e quando mesmo ele desata?
quando mesmo ele redescobre a primeira esquina?
o sangue conDor
adentra minha vulva como uma poça quente
uma poça suja de desejos roubados
ave segura que mata a cada amanhecer
ontem sonhei com o beijo
ontem,o sangue foi nuvem clara
meu sangue ontem não tinha nervos
há dias escrevo tudo no ar
o meu sangue incolor
o meu sangue incolor atesta:
minha cama está cheia de lôdo...
meu corpo não quer descanso
para não lembrar que ainda arde.

Flô

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Quem sou eu

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô