quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010



Meu verso escuta ao longe

outros tipos de dons

não percebo bem

a tal genialidadeque tanto falam

percebo a falta

o ronco tangido da insegurança

meu sono me sabota

os cílios lentamente envenenam

minha prole de versos exóticos

hoje em dia nada é tão inovador,inédito assim

meu verso lê de longe os olhares

astutos e sábios dos que já cresceram o suficiente

patos,gansos,galinhas,bois,tatus,vacas e oliveiras...

Todo tipo de animal que chega longe

veados translícidos que beiram a esquisofrenia

e que mal tem domesticar um bicho com problemas psiquiátricos?

atestei como doutora de nada que sou que dentro de mim

há uma poça profunda de preconceito

aceito o sexo que se encaixa e se reedita

e onde ficam os rouxinóis que não podem posar nas pedras?

meu verso fotografa e constata de longe

que minha maldade é perpétua e que preciso me libertar

deste caos de insolúveis constatações

que me enfurecem e me desconcertam

hoje,posso dizer que minha fome é ingrata

e se minha vagina é um pênis deserdado

quem é homem?

e quem é mulher?

amo o ser Hum AMO.


Flô

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô