sexta-feira, 20 de novembro de 2009


O teu lugar suspenso
dentro da tua tela
as outras erguendo-se
abertas em mesas imaginárias
arreganhadas vantagens
sem,toques,sem dedos,sem poesia
O teu andor submerso
dentro da letra das outras
estupendas
estupradas
movendo-se
estranhando tua magreza de verbos
tua anorexia velada
desgarradas images
sem lances,sem luzes,sem sintonia
o teu canto é o beco
a bituca é o bico do seio
a fumaça é o beijo de outra
a tua brancura é disfarce
tua negrice bobagem
o eu lugar extenso
limita-se na língua
ausente
no pênis
ausente
na íris
ausente
teu santo é vivo e arrogante
teu santo ainda é virgem de Deus
tua mão não colhe sol
teu sexo não encaixa por sobre as fases da lua
torturas
procissão colorida
de velas mentirosas
teu abraço morto
teu toque atado e sequestrado
deixasse por outros braços perdida
a magia que procurei nos teus
deixasse em outras linhas
as palavras que esperei em nosso papel
erga agora nosso desfalecimento
a paisagem translúcida
as traições estampadas
a aragem completa
a garagem fechada
fosse o rei de coisa nenhuma
que por momentos
segurou meu eixo ensanguentado
fosse o pássaro sem identidade
que escolhe o ninho
porque o céu não lhe permite ainda voar.
não sou este ninho
nem a ponte
não sou apenas a que pede
sou a que implora:
quero um amante!


Adélia Coelho-novembro de 2009

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô