sábado, 8 de agosto de 2009




As imagens ficam obscuras

E o sorriso se esconde na falta de cor.

Tudo cinza como a dor.

Quem disse que a dor tem que ser colorida?

Saio,e as ruas me perseguem como cães famintos

A procura de um osso,mastigado,perdido...

Minha face tua face

Como num espelho perplexo,tento resgatar teus pedaços em mim

Tento partilhar também dos cacos,do cinza imenso que corta.

Piso numa festa comedida de detalhes sórdidos

encravo as unhas inexistentes nos balões dissimulados

este campo não tem flores,estas casas são desertas

existem cavernas doentias

existem cavernas doentias

teu colo não está nos outros,teu colo galopa entre os deuses

e como uma divindade emanas a substância que me gerou

todos os fluidos cantam minha dor...

e meus gritos exalam a teu corpo fétido,

vinha de ti o ventre,o vento,o dente,o medo.

como num espelho perplexo,

volto a conversar comigo,através da imagem.

E sei bem que esta mesma imagem é apenas projeção.

Você ainda a tem ,você não está na gaveta de cimento

você está nos meus espelhos,

nas minhas cantigas,

nos beijos que dou no mar...

existem depósitos de amor

existem depósitos de amor

guardei bem a poção mágica,

é minha ninguém me rouba,ou apaga...

toda tua intensidade hoje faz sentido.

Tudo demais , porque logo vou partir

E sei pra onde vou...sei bem pra onde vou.

Deixo-te toda essa herança de arte e amor,

Sigo,agora sem dor,agora pintando mais cores

Sem hesitações,sem inseguranças,agora vou,preciso ir...

Não há despedidas,estarei na tua face

Estarei no teu papel,estarei em tua palavra.

Meu sangue apenas se libertou.

Amo-te através do tempo,espaço e dimensão.

És meu maior tesouro.

Bambam,(Adélia Coelho)

Para minha mãe com amor.

25 de junho de 2009-06-2009

Dois meses de seu desencarne.

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô