sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sobre o Escafrando e a Borboleta....




O que nos faz escutar as batidas do próprio coração,
como expectadores da memória e da imaginação
a calar a voz do corpo?
Os olhos continuam falando...
E existem também,na maioria das vezes escafrandos inventados.
Os piores?Os consentidos?Esses sequer escutam as batidas da própria vida.
Do lado de lá da casa amarela há pouco espaço para borboletas.
Aquelas que criei enquanto estive presa naquele escafrando são minhas
As batidas de suas asas ainda me deixam viva.
Todas as nossas pequeninas coisas,como estar escrevendo aqui...tão pouco valorizadas.
Só vimos quando a vida nos impôe um escafrando físico?
E como emergir agora desta casa-hospital-prisão?
Abraçando a solidão que bate a porta do quarto?
Aceitando esses laços tão dolorosos ou voando?
Meu escafrando não é concreto,não sou responsável por esta falta de ar.
A porta se abre e ela sai com seu escafrando espalhado pelo corpo
andando com uma dificuldade inquisidora e uma lágrima estriônica
Ali não se respira,mas e as cores de minhas borboletas?
Cansei de tentar mostrar a janela e o voo
Agora era eu, que me deixava tapar os poros da identidade
com um escafrando que não era meu...
As relações não precisam se repetir.
O que fazer com a morte deste homem em minhas mãos/?

Flô

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô