segunda-feira, 9 de março de 2009




Meu carnaval nem começou.
quartas são quintas sextas sábados e domingos
numa solidão de umbigo que exaspera meu dia de mulher
os resquícios,as fantasias,os porões e portões estão distantes
abafo meu amor como porta estandarte do caos.
Meu carnaval nem começou.
O rítmo desacelera todas as respirações
pensamentos fugidios me perseguem
silencio.Como se o bloco tivesse passado sem me acenar.
Fotografo cada delicado melindre da palavra não dita
deito,sumo,mergulho numa festa maldita de sonhos inacabados.
Desejo minha morte do outro lado da rua,desejo,mas vejo vida.
Lembro que a cor da fantasia principal era azul,era de azul que vivia
a paz que me cercava no ar era vento cortinado de azul
a grama que me falava no sonho acordada era verde de raiz viva
resgato as passagens por uma natureza não mórbida,revejo meu cais
ambulantes semblantes de um carnaval melhor.
Meu carnaval nem começou,o que quero inventar é meu inventário de acordeões saltitantes
meu baú de asas que se dissolvem com beijos nas calçadas
meu batuque é sorriso misturado,atado,lambido!
Esta minha cama maldita é um verso morto
esperando a cremação dos passos mal dados
ampliando a crença em vôos mais firmemente vistos!
Meu carnaval é acordar todo dia e precisar cantar para acreditar.


Flô

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô