segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009




Visto-me de meu vermelho ingênuo para enterrar a boa moça
em meus cabelos encarnados de veneno descobri-me para a verdade
sim,aceitei a verdade..o sangue desenterrado dos meus gemidos
deram-me de volta as estátuas livres das expectativas
visto-me de meu vermelho que escorre entre as unhas
arranho as paredes antes coroadas de ternura
seguro minhas portas enfeitadas de ferrugens
suporto as tromboses da alma
como pássaros cobertos de diamantes falsos
este é meu vermelho bagunçado
meu vermelho escancarado....
aberta menstruação que todo mês devora minha castidade
devora minha folga de mulher
todo mês sou mais e mais vermelha em essência
soltem todos os nuances do meu vermelho
meu cabelo quer falar outra cor..outra língua.outro amor.
meus olhos vermelhos de chorar,esqueceram como se faz
quando o sol devasta as nuvens que tentam escondê-lo todo fim de tarde
quero de volta o frio na barriga do céu
e a emoção do olhar de deus aperfeiçoando a cada orgasmo
minha identidade de mulher.


Adélia Coelho

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô