segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009




Terei mesmo que implorar tua saliva sobre meu peito?
terei mesmo que esperar teu prazer em forma de cansaço?
terei mesmo que saber da flor a que veio sobre um bem te vi que não quer provocar?
não sei estar imersa no óleo de alguém que não surpreende as folhas
que não desencanta do hábito
que não age através do sonho.
Não sei contentar-me em descobrir sozinha as avenidas do meu corpo
e suas ruas sedentas esperando a chuva da tua boca
poderia ser qualquer outra chuva,mas é da tua boca que quero lubrificar o sono
é pela sua boca que desejo ser desenhada em pele branca
e não queria mais querer o que tem dentro da sua boca.de seu mundo em sua boca de sua fuga em sua boca
terei mesmo que ouvir o que teu corpo mudo me diz?
esta noite ele me disse em alto e bom som:dorme,que não há disposição para desvendar-te.
-Hoje não,passa outra hora, e minha cintura olhou-me triste...
que diabos estou fazendo do meu corpo?que diabos o meu corpo espera de outro?
não é o abrigo que quer alimento,é toda figura viva em mim
que precisa da descoberta e da percepção do constante desejo.
terei que esperar teus olhos nascerem de novo para enfim me olharem como esta mulher
que precisa desesperadamente ser amada?

Adélia Coelho

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô