
Quando o buraco sorrir
saberás o segredo do mundo
em alguns instantes
a boca molhada
e os pêlos pra fora
dentro de mim a invasão de toda terra
moldada em grande arco de fertilidade
a música é água projetada no vácuo
ao poço-mistério
da areia fofa sem querer
nasce uma violeta desmedidamente quente
que faz cocégas no útero do céu
como quem balança a estrela do olho
o brilho escorre e as côxas envergonhadas
guardam debaixo da chave
a floresta do prazer
nessa hora me chame de humano.
Adélia Flor 2009
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