terça-feira, 19 de agosto de 2008





Foi num destes bares que me recordei
de quando via lua em todos os focos de luz
esconde esconde de mistérios nítidos
não falei de meu verso,nem recitei
falei calada do quanto a bebida me faz falta
De quando podia libertar-me por instantes
das nuvens que me cobrem de um pudor descarado
tão valioso para todas as noites que se deitam sobre meus olhos
todas elas,cegas por desventuras óbvias...
uma mesa,a madeira sugando as veias sonolentas do álcool
as gargalhadas numa dimensão inversa a sobriedade
e como estar são é demasiadamente monótono..tedioso
Como não se consegue adentrar nos espaços soltos de quem está
flutuando sobre aqueles vários focos de luz
tantas luas enbriagadamente lúcidas,pois emanavam disposições
antes contidas nas estrelas racionais de outras ilusões...
a Lua por vezes aparecia-me quarendo dizer-me algo...
mas na palidez de suas gotas ilícitas não gozei ,não penetrei em suas varizes sábias
não pude suportar o peso de estar com os pés fincados num chão de azul desbotado
meu céu era aquele lá.Vestia meu céu com a mesma ânsia da paixão jamais encontrada
A mesma daquela senhora enrugada e triste que bebe comigo
nas madrugadas febris dos outonos mais roucos.


Flô(adélia coelho)

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô