sábado, 26 de abril de 2008

Silêncio


Sim!Aceito!



Talvez seja hora de ouvir mesmo esse meu silêncio
despedir-me docemente de passados casos
e futuros acasos dessa insana existência
escavar os nuances desse breu que transgride
saber que minha voz faz falta onde estive
corta um pouco deste coração
que ainda teima em galopar..
Talvez seja hora de ouvir mesmo esse meu silêncio
consagrar-me na dignidade constatada do término de uma cena
travessias muitas vezes cruéis
porém responsáveis por nosso senso de direção
Nesta tarde solitária,onde o cotidiano volta a ser
o conforto fatídico familiar
sento-me em meu silêncio
girando nas ventanias artificiais
amparo-me na minha ansiosa alergia
e espirro para saudade
pois sempre de saudade vou sofrer
cativei variantes,determinantes fatores que sempre me impulsionavam
mesmo quando estive sob efeito da personagem do sol
ofuscando externamente
quando na realidade
guardo bem meus disfarces de palhacinha
Mas hoje sinto que talvez seja hora de ouvir mesmo
esse meu silêncio
auscutar seus trejeitos e o rítimo de seus desejos
meu silêncio grita desesperadamente
espirro ao ócio desta tarde sem climas
despedindo-me de todos os cotidianos
tentando deparar-me enfim com minha realidade?
desconstruo meu discurso mais uma vez
o palco mudou
a entonação agora é outra
embora fingimentos não ditassem meu coração
nesse exato momento quero fingir fugir
dessa dor incômoda e sutil
quantas cortinas não se fecham por dia?
e quantos outros lugares não precisam de iluminação?
meu peito silencia em tarde frígida,
volto ao papel massageando meus dissabores tão vis...
perambulo por esse recinto obscuro
tentando torná-lo o mais habitável possível
em cores,sonhos e objetos
desligo todos os canais hoje escuto apenas meu silêncio
e não é hora de chorar
firmemente sigo compasso sentimento
norteando meu vento
respeitando meu tempo
decodificando os alicerces
que as nuvens doaram-me nesta tarde pálida de abril
encerro aqui a prosa
meus olhos choram alergia
a saudade paralisa um pouco
e o sonho vai movendo e comovendo
este meu dia!

Flôlia abril de 2008

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô