domingo, 27 de abril de 2008
Ela um dia saberá disso
Noite despedaçada de Abril
Talvez fosse mais uma noite despedaçada de Abril...
a menina alongou as madeixas com o afinco das borboletas rasantes
saboreou-se ao espelho como há tempos não se via...
fechou os olhos separando as sombras,tom sobre tom
esfumaçando os sonhos maquiou um pouco o tempo
o pó da noite sobre as maçãs de seu rosto menino...
doce rosado de inútil sabedoria..
seus olhos ficaram ainda mais afoitos e sedentos
desenhou-se entre eles os mapas
de todos os absurdos pertinentes
Talvez fosse mais uma noite despedaçada de abril,
mas ela quiz pintar a boca de um mel que brilhava o desejo de outro igrediente
no traço que despertou o féu a menina da noite vestiu-se de cinza
e estampada na roupa outra menina,
séria,expressão imponente a deixava aflita
Logo,vestiu-se então de preto para disfarçar o corpo cheio de vontades
seu decote no colo despreparava qualquer teritório
ela sabia mexer bem com quem quer que fosse,
ela só não sabia disso.
então colocou seu perfume Personagens,
como poção mágica
que ainda alimentasse seus próprios devaneios
e esperou..e esperou...até que sua condição de MULHER
levou-a sem tristeza alguma ao sono profundo
talvez tenha ido a um baile distante encontrar quem sabe,
o menino despedaçado de abril
talvez tenha se divertido entre as nuvens doces e confortáveis da ilusão....
a saúde que rasga o grito,despachando a noite
os olhos cinzas caíram na madrugada
e não perceberam a alegria,
e não captaram outros rios tão esperados
a menina acordou,
quem dorme agora é o tempo...
o mês vai passar,
quem vai despertar agora,
leve-me de cara limpa e pé no chão
no próximo vento......
ela sabia mexer bem com o que quer que fosse
ela um dia saberá disso.
Adélia Coelho abril 2008
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Quem sou eu
- No Silêncio das Montanhas a Linguagem dos Ventos
- Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô
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