
Esquecidos
Dourados artifícios de meus ardis
dialogo com a pureza
estranha culpada de todo amor venenoso
desta realeza
coagiram meu argumento
estou sanada de nós
porém ato-me ao crucifixo
dos pecados fulgazes
nuvens recôncavas da idiotice suprema
prefiro mesmo a morte destes goles
leve-me inteira
não ouso mais determinar a quantidade
de veneno existente noutra boca
casei-me com as ruas de anis
masturbo todas as saudades
dou-te em versos essas minhas madrugadas febris
não sei mais tocar o sol
queimei-me no paraíso indefinido
lutei a favor dos dragões bandidos
incendiei sem nenhum calor
o abrigo de outros corpos vencidos
é chegada a hora de mudança
artifícios suados de meus quadris
dêm-me o gôzo sereno dos esquecidos.
Flor abril 2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário