sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Peixes e Pássaros


Canetas Bics

Pisei em flores por pouco tempo
errei as cores de tantas ruas
e me encontro com arco íris
fugindo dos poléns
em cada jardim vou vendo sementes mais distantes
pois procuro o que nem foi plantado
em pouco tempo entrego minhas flores
como que benção merecesse porta estandarte
como que água merecesse santidade
como que céu precissase de brilho...
todas essas vãs filosofias de ultrapassados conceitos amorosos.
encontros dentro de um mar agnóstico..
olho, olho, olho os peixes que me cercam...
eles apenas procuram comida..sobrevivência...
o límpido aquário é utopia...
infinita nostalgia de que podemos voar dentro do mar
e que peixes e pássaros podem se encontrar
construir uma história.
as canetas bics falham tanto...
acordo na ânsia dos amores não vividos
para percorrer estrelas nem desenhadas
pisei em flores por pouco tempo...
errei as cores em tantas ruas
e quando acho que posso ser enfim água
nem peixe nem pássaro...talvez vento...ar..
ar Dor!
fugindo das fagulhas...
em cada chama vou vendo vermelhos jamais imaginados
pois procuro o que já foi queimado.
desse sofrimento nasce o caso entre água e fogo terra e ar..
desse cruzamento natural...
ascendemos em nuvens tão densas de nós mesmos
elas apenas procuram lágrimas
alimentos..sobrevivência.;
as canetas bics voltaram a funcionar
.mas já nem tenho o que descrever,entrego-me ao cansaço das horas inúteis
a covardia dos dedos fúteis
a ignorância de meu coração sobre abutres
Ar Dor..
.fugindo das agulhas
entedio-me entre os lençóis como numa viajem alucinógena
aquela que nem fiz
prossigo na continuação do beijo
recapitulando tantos mais tantos capítulos interrompidos
por ou pelo quê mesmo?
e quando acho que posso enfim ser terra
e fincar minhas asas no chão
dos meus bolsos nascem luvas
plantarei então girassóis
sempre gostei tanto de girassóis
talvez deSsa vez os pássaros não comamos botões
,talvez dessa vez os peixes que navegam na terra
permitam o canto dos grãos,
Ar dor...
entrego-me a masturbação da caótica cidade desejo.
Pois cansei enfim de ser hesitação,tentativa e despejo.

Adélia Coelho 2008

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô