quinta-feira, 19 de abril de 2012

Inquietude


nela
a inquietude
nela
sem causa
com cauda
despertares sonoros
nela
amplitude
amplificadores
dores
finitude
finais
nela
a ânsia
da vida
rebeliões
extraviadas
nela
as cartas
de guerras
presentes
bombas passadas
a inquietude
nela
sem asa
sem casa
o lar
passarinho tenso
amores
sabores
peso
nela
ardia a vida
sem motivo
seguia
nela havia brilho
sem iminência
mantia
o beijo
suspenso
na torre
do nada
nela
cuspiam
os carros
da rua
a lama
das chuvas de ontem
resquícios
dele
nela
insana e insone
dormia a taquicardia
mãos geladas
nela
euforia amarrada
nela
alforriada
escrava de hoje
com mão dessecada
nela
a inquietude
haviam sinais
dores em braile
caminhos de tempos perdidos
nela
o mar habitava
corroendo embarcações
nela o sol escondia-se por baixo da saia
nela a lua gozava
branda
terna
imensa
nela
o mundo vibrava e sugava
nela
não havia mais nada de fora
morrera
de ego inflamado
nela jaz a vida.
a inquietude é ela...


Flô-abril 2012

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Quem sou eu

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô