quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

fim


O espaço encolhe
hora de encerrar o humano em nós
Hora exata da mudança de lugar
iminência de desmoronamentos concretos
tirem os móveis
apertem os cintos
a casa vai cair
clichês mouribundos
ladrões de quintal
peitos caídos
sonhos rasgados
dentes quebrados
hora de matar
peguem as armas
amem dobrado
durmam de lado
o espaço encolhe
o coração entope
a boca seca
o sexo escorre
hora exata da transcendência
eminente propietária de qualquer coisa menos de si
fechem abraços
cortem os punhos
beijem sem língua
rompam os hímens
guardem os ímãs
esvaziem as coleções
hora de atar
nós
pernas
trincheiras
hinos de adeus
o espaço escolhe
e a alma dita
recomece
dê ré
comece
meça
coma
seja

.


Flô

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Quem sou eu

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô