quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ela nutria raízes terrestres em seus cabelos
raízes de asas densas
enormes madeixas de sonhos coloridos
com flores de origami coladas em fio
ela nutria vozes do além em seus versos
marés de caules frígidos
enormes esperanças nas caudas dos desejos mais sutis
ela nutria lembranças em caixas antigas,cartas beijos e fotografias
ela nutria o futuro em espelhos,procriava encejos
voava por entre o mesmo mundo desde que nasceu
precisava passar da janela ousando o clarão
procurava tocar a palavra sem pensamento crítico
mergulhos apenas,encarar a amplidão
ela nutria responsabilidades excessivas
gigantes culpas pelo todo das heranças consanguineas
precisava ultrapassar os muros,tijolos e mangues desse
destino ora jaz enterrado.

Flô

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô