quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010





Dentro do cálice o sêmen
goles densos de tediosa liturgia
no branco dos tecidos papaes
as manchas do sêmen
jorrado antes da clausura
dentro deste sagrado confiscado
o sexo,garra enjaulada
fera melada,negra mudada
dentro do cálice da tua missa
a imagem
será que estou sendo expurgada agora
nesse exato momento
brinco com o branco das batas dos padres
brinco com o marrom dos hábitos dos frades
e tomo,tomo lentamente o sêmen
quando se jorra uma esperança
o ouro derrete-se em corpos mutilados
embaixo dessa igreja há um santo
um santo que morreu virgem
um santo que não conheceu seu próprio sêmen
a cerimônia é iniciada com esmero
todos os cortinados acesos nos olhares valiosos
o papa quer falar,dê-lhem a voz
presenteiem-no com a hóstia de sêmen
como seria belo uma tempestade de sêmens
por sobre as imagens sagradas
por sobre nós ,condenados a prisão do pecado
como seria gostoso uma grande ejaculação
uma ejaculação universal
todos na mesma hora
espalhados por várias igrejas
corrompendo o sangue que ficou intacto
promovendo a sífilis congênita da submissão
perdoe-me as pobres freirinhas que me educaram
minha educação é intimamente sexual.
minha inspiração é extremamente sexual.
meu paladar,minha natureza,minha origem...
minha oração é um orgasmo múltiplo.
E o melhor não tenho que me ajoelhar no milho antes de dormir.
que deus ABENÇOE A TODOS.
AMÉM.

fLÔ

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô