quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Cartas a Minha Mãe


Te visito ainda no mesmo espaço de sempre
percorro a casa,que hoje só possui colorido
ausência de teus sorridos
Não sei que força pode me impulsionar sem teu olhar
direcionando o amor
teu quarto,agora de hóspedes,hospeda uma saudade vermelha.
meus olhos não suportam mais sangrar
te visito em sonhos raros onde a incerteza
beira nossa doce loucura
Nossa casa está aqui,ainda estou aqui
até que ponto agora estou mesmo livre?
até quando mesmo fui prisioneira da tua dor?
teu amor aqueceu e congelou meus sonhos
teceu sombras e rastros em meus pés
hoje,pergunto-me vai dar tempo de ir ao dentista,
lavar pratos,ajeitar casa?
Po ora penso que já estou morta
só o corpo que ainda segue a procura
da tua chegada
sei que não virás mas como antes
sei também que o amor só cresce na ausência
mas meu coração dentro desta casa
ainda escuto o choro misturado a gargalhada
Finalmente a quê estou fadada?
o que acontecerá comigo agora?
Continuo inerte algo mais grandioso
paralisa meus passos
Deixo tudo,olho no portão,vazio.
Precisava te dizer que sem você está difícil vivenciar novas coisas
mas sei que agora precisamos seguir "separadas"
sei que agora teremos chances merecidas
a saudade cabe na poesia e nesta carta que te envio agora....
tomara que seu novo lugar seja encantado,repleto de pessoas generosas
que possam te acolher na hora da nossa dor
de pessoas amadas que te aconselhem coisas boas.
Só peço que sempre que possível eseja por perto
ou envie alguém bondoso para me aconselhar
nada [é muito fácil por aqui,você sabe,
e dentro de mim tanta coisa ainda me parece confusa.
Seu apoio,seu olhar,suas palavras,toda nossa história foi a coisa
mais linda que já me aconteceu.
Fique bem,curta sua nova casa,ela deve ser bem arejada,deve ter bem te vis
muitas flores e pessoas boas e puras como você
minha mãe,minha mamita amada.
Flô

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô