quinta-feira, 15 de outubro de 2009


Minha cadeira vermelha
e todas as histórias traçadas com afinco em seu couro
meu velocípede encantado
que achava que a rua do mundo inteiro
era a volta que dava no quintal
a mamadeira morna e as cidades imaginárias
que me povoavam
meus bêbes no sofá antigo.
meu avô sorrindo na poltrona.
minha tia casando.Minha prima chegando.
meu pai voltando.minha mãe quase sempre morrendo.
Meu aniversário chegou.
Minha cadeira vermelha foi vendida faz tempo.
meu avô não pede mais para coçar suas costas.
minha avó mora só.Minha prima cresceu.
Minha tia casou novamente.
e minha mãe,enfim,nasceu
Para as cidades imaginárias
Encontro com ela hoje a qualquer momento.





Adélia Coelho 15 de outubro de 2009

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô