domingo, 13 de setembro de 2009


A pedra de meu corpo
asfalto quente,desmanchando o tempo
dentro da boca o dente aberto
dentro da boca o filho aceso
a pedra de meu corpo
esfinges,estátuas,estetoscópios
o álcool distante do verso,branco amarelado
sábado papel!sábado papel!
solidão de esgoto,frágeis decapitações
joguem as cartas,embaralhem os sexos
em cima das bolas de Brennand
as bailarinas enlouquecidas
caleidoscópios de ventrículos absurdos
Derrubaram Chico Science!
Socorram seus escombros!
a pedra de meu corpo
ávido por instrumento
pincel,espátula,martelo
derrubem minhas imperfeições!
minhas mãos caleijadas de sonhos
espreitem a preciosa ilusão
a pedra de meu corpo
fogo adestrado
rastro magnânino de rejeições
asfalto quente,desmanchando o tempo
os que querem morder minhas ruas
afasto com sinais escancarados
aqueles que não atravessam minhas pontes com língua
chamo com semáforos violados
fervo em tecidos luminosos
evaporo-me com os desejos longuínquos
quem poderia adivinhar?
por qual curva minha pedra se acha?



Adélia Coelho 2009

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô