quarta-feira, 2 de setembro de 2009



O rabisco desaparece contra o peito
e o papel quer reinventar
chamo com cílios pra perto
afasto com o desejo mais incerto
o rabisco desenrola-se ao longe
imperceptível demora
não sei que tempo é esse
a espera da tinta?
a espera de outros olhos?
teimo,seguro as últimas linhas
de uma poesia que nunca foi minha
evoco,quebro,rasgo
disfarço os meus pés
dançando a esperança
os olhos fogem ao lado
as mãos desfalecem no próprio colo
a boca,cansada sangra
e o coração que desiste, apaga de vez
o desenho que só ele queria ver.

Adélia Coelho

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô