Bonito dorme
dorme o silêncio das águas
a ira das matas virgens
dorme as ladeiras sobre os corpos esquecidos
dorme as praças mortas
de estátuas suadas
Bonito dorme sob as águas estranhas
e os cachos de sol,
cedo dormem também
as palavas sobre os tetos
botecos mouribundos de poéticas vencidas
mausoléus históricos
que cantam o desfalecimento
Bonito dorme
dentro dos carros bêbados de sonhos azuis
e no rádio antigo ouço :
as águas sempre acordam...
Adélia COELHO
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