sábado, 28 de junho de 2008



Tens mesmo o direito de exigir todo esse amor?
onde deixasses esta caixa repleta do que é teu?
o bosque perdido é esta cidade
que de pacata já não tem nada
a cesta de frutas foi jogada no rio Capibaribe
e os doces da vovozinha amargam na boca
todas as névoas do que um dia foi gratidão
caminham como passos brancos
erguendo um triunfo tímido
Tens mesmo todo esse amor?
aonde vais com tanta sede?suor e saliva?
percebes que as árvores temem sua fome?
as folhas acham que tuas flores podem inibí-las...
e o caminho segue..sereno...fluido
e meus pés já não são os mesmos de ontem
e todas as texturas secas das folhas se deitam
como se fizessem amor por mim
todas elas dançando na terra
transando a esperança que um dia morreu em mim.

Flô

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô