domingo, 8 de junho de 2008

Porta-beijo






Porta-Beijo



Os trajetos de teu corpo
magreza aguda de aversões
tua libertinagem trancafiada
esta porta-beijo encostada
estandarte da letra
comédia em disfarces neutros
todos os comentários
conbinando com minha voz
todos os olhares
salientando meus devaneios
a travessia de tua pele alva bandida
respirando meus sinais...
Nossos cabelos compondo a mesma música
cachos e madeixas lisas encontrando-se no beijo
caminhando entre teus alicerces encontrei um garoto
homem-inteiro treinando os poderes da tempestade
temendo os dramas alheios,supondo o desejo em outrem
gemendo em irônicas cambalhotas,comovendo o tempo
na sarcástica justificativa da morte
não pergunto-me como vi certas coisas
estas mesmas,que aqui descrevo atravessando-as...
são minhas,apenas..minhas bobas constatações
do que nem é..nem nunca será...
talvez do que ainda poderá..ou simplesmente já o é.
Vou-me desconsertar o vento..
soprando estas leves insanidades
Logo,saberás do medo,este amigo grato que nos toma os limites
que nos sabota as verdades,que nos rouba do grito...
este mesmo tirano que nos liberta da razão..
deixando-nos alienavelmente alheios a nós mesmos.

Adélia Coelho

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô