segunda-feira, 31 de março de 2008
NERUDA
« Venhas comigo» disse — sem que nada superade onde e como ardia meu estado doloroso,e para mim não havia chave nem barcarola,nada senão uma ferida pelo amor aberta.Repeti: vem comigo, como se eu morresse,e nada veio em minha boca com lua que sangrava,nada viu aquele sangue que subia ao silêncio.Oh amor agora ouviremos a estrela com espinhos!Por isso quando escutei que tua voz repetia”Venhas comigo” — fui como se desprendiador, amor, a fúria do vinho envelhecido.que desde sua bodega submergida subirae outra vez em minha boca senti um sabor de chama,de sangue e de chaves, de pedra e queimadura.
Talvez tu não o sabias, araucana,que quando antes do amar-te me esqueci de teus beijosmeu coração ficou recordando tua bocae fui como um ferido pelas ruasaté que compreendi que havia encontrado,amor, meu território de beijos e vulcões.
por quais caminhos e como te dirige a minha alma?Por que precipitaste teu fogo doloroso,de súbito, entre as folhas frias do meu caminho?Quem te ensinou os passos que até mim te levaram?Que flor, que pedra, que humo mostraram minha morada?
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Quem sou eu
- No Silêncio das Montanhas a Linguagem dos Ventos
- Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô
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