terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Sobre o próprio céu 2008

Sobre o próprio céu

Sinto falta do habitual
por crer na espécie imutável de tudo
perdi-me num céu muito próprio
por não mais querer diluir-me em nuvens
a escassez das palavras responde a uma outra estrela
menos ofuscante talvez
porém mais precisa de sua luz
descubro ventos que não sofrem por outro motivo
senão por:Consentimento
SANEAMENTO
a falta gera minha ânsia
a falta de quem já não sou(felizmente?)
descobri-me esta manhã
estou alheia porque meu tempo de ilusão enfim findou
estou alheia porque não preciso esquecer a intensidade
para me perderperco-me tensa..(in)Tensa...
dentro de minha verdade destituída,constituída..
de uma nova percepção de meu próprio coração
entre burocracias,sermões e premonições
vou enbebedando o prazerde conceber
o (des)conhecer o (im)permanente, o (in)vencível..
minha verdade?já não é..
desconstruo ainda os palacetes que tanto me afligiam
agora procuro as pontes
converso com os dragões
e desisto das novelas
agora cato as pedras
respeito as conchas
e embalo o mar...
por não saber-me por me perder em qualquer lugar
vou-me achando
cada vez mais escassa em cada pedaço
que encontro-me inteiramente sóbria
vagamente ética
enfurecidamente patética
a cada botão decifro-me mais e melhor
a dor não é em me ter
mas em sempre SER
mais que em meu peito cabe
o que você tem é sua nova versão recém saída do tempo
ansiosa por aceitação e ação
duas partes como barcos atados num peito de aço...
vou dormindo meu sono em poesia
pescando pouca luz no peito
tecendo vazios preciosos
concebendo escuros sábios
o momento é de (des)encaminhar...
e assim (re)atar..(re)ativar...
sobre o próprio céu
sei bem outro vôo alçar..sei?

adélia coelho quase 2008

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô