sábado, 3 de março de 2012

Órfão



Não pertencer a nada
eis o preço de ser poeta
tecer palavras como bichos selvagens
escutar apenas a voz subterrânea da eternidade
profeticar a loucura do suicídio cotidiano
fragmentar esse tal humano
temer palavras como preces sem hóstias
emanar apenas a paisagem que somos
Não pertencer a nada eis o preço de ser poeta
é preciso dizer do amor
deitar-se em leite,girassóis e granadas.


Flô

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô