terça-feira, 21 de junho de 2011

a Queda



o MURO deste Berlim vizinho se romperá
mais de 20 anos de espera
e o que sinto agora?que posso prever a liberdade
amanhecendo como pólvora
posso sentir a liberdade cortando os ultimos laços consanguineos
posso engolir a liberdade saindo dos tribunais
as paredes estão fadadas ao desmoronamento
tudo aqui cairá,irão enterrar-se junto a ti novamentE
teus cacos aqui vencidos,tuas mão aqui apedrejadas
teu nome aqui corrompido,tuas velas aqui jaz,apagadas
o muro deste Berlim,esquisofrenico
o terraço que me tiraram com velocipede e tudo
agora soa dentro de mim uma insonia latente
me tirando até o gosto do ócio,
pensamento incansável,sobre o que é melhor para mim
sinto minha liberdade despindo-se de dor
sinto minha liberdade fechando ciclos
posso ver minha liberdade soltando Chico
libertando os bem te vis que ainda sobrevivem
a este amarelo encardido,de portões cinza em solidão
o que deus fará com os tijolos que restarem deste muro?
o que minha mãe está fazendo agora?
o que na verdade ela quer que eu derrube?
Minha ilha me olha,povoada de sonhos antigos
minha filha me enxerga,deserta de coragens concretas
gostaria de fechar esta porta
para nunca mais.Nunca mais voltar aqui.
Nunca mais lembrar o quanto chamei minha mãe
e ela nunca me respondeu.
gostaria também de partir,mas agora
ainda deste lado de cá.
Que a Luz que nasceu de mim me proteja.
e que a Luz que me gerou fique ainda mais em paz.amém.


Flô

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô