quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mais uma vez
o escafandro guarda as iminências
todas as mãos salvam o beijo
e todas as pérolas se esvaem em peixes famintos
meu mar deve ser mesmo,onda inerte
água turva,brilho insólito
debaixo desse vidro há resíduos de amor
debaixo desse vidro ainda inteiro e aceso,ainda existe vontade
e que desejo é esse que sucumbe o futuro?
que desejo é esse que lança âncoras onde não há ilha?
mais uma vez
o escafadro esconde reticências
covardia de bocas ausentes
radiografia de almas doentes
e todas as conchas se abrem em flores sedentas
meu mar deve ser mesmo,espuma morta
olho para minha razão,hoje feminina razão
humana coragem de permanecer,apesar dos escafandros
debaixo desse vidro há esperanças ligeiras
debaixo desse vidro há sonhos reais
que teimam,apagam e reascendem
o mar que existe em mim.


Flô

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Quem sou eu

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô