Não,não quero aceitar esta roda que me impoe no centro,
aqulea senhora guardada em nuvem
seu sexo arrebentado,soprando fuligens
pobre mulher,de verde e sem esperança...
brincando com o leque as suas possibilidades impossíveis
o sol negro,como um móbile desprezado...anuncia o final deste meu dia
em cada parte do leque,uma cena me comovia
meus horóscopos desencontrados
meu touro cético,meu carneiro violentado
escorpião armado,meus gêmeos incestuosos
meu leão covarde,meus peixes amenos
minha balança desquilibrada,e as lanças paralisadas
meus significados repartidos,aniquilados,sequestrados
meus adjetivos roubados...e a pobre senhora gerando por este ócio
todos os meses da mesma loucura
todos os nascimentos sobre o mesmo sol escuro
a mulher virgem contorce a lua,sacode o leque
e os fetos,que sobrevoam o céu,se cruzam
com constelações distintas e explodem
em partos desesperados
mãe de misericórdia,atendei os meus pecados.
Flô-maio de 2010
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