quarta-feira, 2 de setembro de 2009


Minha boca parece pôdre
e meus braços infestados
de bactérias mortais
meu colo parece inexato
minhas pernas curtas
e meu ventre mórbido
todo meu amor parece pouco.
meus cães continuam trancados e com fome
tudo que sou continua livre e com fome
Minha boca te parece apetitosa?
e em meus braços cabem teus sonhos?
onde finda teu mundo e começa o nosso?
o que sobre do corpo quando ele não é mais alimento?
o que resta do amor quando descobrimos que ele nunca foi verdadeiro sustento?
tire sua falta de vontade de cima de mim.chamo para perto
e te afasto sem nexo
agora cansada,desconverso
vou deságuar no branco
tinta misericórdia eu peço!
vontade do outro eu impesso.
dor profunda consagra este meu verso.


Adélia Coelho

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Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô