quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Silêncio da Ave





Construi o interior da nave com os pés,
agora derreto-me em satélites presentes
consumando o fruto da terra perdida.
Tome as mãos da flor reparada!
guarde-as numa caixa funda e vermelha
ergua bem os dedos na pontinha do sonho!
Aí vem o passarinho azul da saudade ,
chega cancerígeno-canto de piedade...
viajei por todos os sóis deste fim de tarde
quando olhei,avistei apenas
aquela velha bola amarela de sempre.
Multiplica-se na luz milhões de esferas,
que nos habitam no escuro...
com os pés voei para dentro,
cuspi asas de doce deleite
e agora solidifico-me..
nos anéis do amante júpiter
Ente mago deste dia!
Corro com as mãos e queimo a caixa
a dor é o silêncio da ave
a Flor entrega-se com regalia
ao primeiro pôr do sol
que em seus olhos multiplique-se:
alegria!


Flô 2009

3 comentários:

Artur Rogério disse...

Flô e toda essa poesia de sonho... Lindo poema, Flô. Quando vamos tomar um vinho e sonhar, sonhar?

Wagner Marques disse...

muito bom... todos nós buscamos esse "solidificar-se"

...loucos apontamentos disse...

Nao, nós nao nos conhecemos. Ao menos nao os seres-humanos. Conheci a poetisa atravez do blog do Nós Pós. Belo jardim por sinal.

Um otimo 2009 pra vc tambem.

Quem sou eu

Minha foto
Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô